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Sixty Four: o mistério de clicar no infinito

Sixty Four
Sixty Four

Um dinossauro dos jogos idle/clicker acaba de anunciar o lançamento de um novo título, Sixty Four, e o Central Comics foi ver se havia jogo ou era tudo click bait.

Sinopse de Sixty Four

Mergulha no peculiar mundo de Sixty Four, onde tens de transformar simples máquinas numa imponente fábrica para poderes ir cada vez mais ao fundo de um mistério por resolver.

A experiente Playsaurus está a distribuir Sixty Four, um jogo idle/clicker desenvolvido por Oleg Danilov.

Clicar e esperar.

Análise TLDR de Sixty Four

O género idle/clicker não é propriamente o meu género e não há muitos jogos deste que me tenham agarrado — lembro-me de Don’t Get Fired e pouco mais — sendo que é uma categoria que jogo sobretudo ao telemóvel nos transportes públicos, à espera de ser atendido em algum serviço público ou sentado à sanita, não passando, geralmente, mais que 1 ou 2 horas em cada título antes de me fartar completamente.

Posto isto, tenho de reconhecer a Sixty Four a capacidade de, pelo menos, me cativar mais que o normal ao incluir um contexto de mistério imerso num cenário minimalista que se vai compondo ao longo da progressão, apesar de continuar a não ser fã de uma mecânica assente em simplesmente clicar.

Clicar e expandir.

História de Sixty Four

A história de Sixty Four pareceu-me o ponto mais forte do jogo porque… não sei qual é! Permitam-me que me explique: apesar de já ter progredido um pouco e de começar a ter alguma noção do que me rodeia, ainda não terminei o jogo e não vos consigo explicar a história — também não vos contaria porque sou um tipo arrogante, além de que não me parece que a Playsaurus fosse gostar muito que eu estivesse para aqui a spoilar. Então, porque é que me atrai a história? Bom, precisamente pela capacidade de me continuar a querer desvendar o mistério.

Acordamos num vazio total em que estamos em contacto com alguém que não está junto de nós e não percebemos bem onde se encontra. À medida que vamos progredindo no jogo, percebemos que essa pessoa também não entende bem o que se está a passar e que o tempo não flui de forma igual para ambos. Mais à frente, vamos desvendando alguns mistérios, enquanto nos deparamos com outros, através de uma narrativa minimalista — na mesma linha do próprio estilo gráfico do jogo — que nos deixa a pensar sobre o que será que se está a passar, enquanto vamos clicando ad infinitum.

Mistério.

Jogabilidade de Sixty Four

Começamos com uma máquina que perfura o solo e faz cubos, nos quais temos de clicar para os destruir e recolher os recursos que largam para construir máquinas que otimizam o processo. À medida que vamos chegando cada vez mais fundo, vão aparecendo outros recursos nos cubos, com os quais construímos máquinas mais sofisticadas para otimizar ainda mais o processo ao reduzir o número de vezes que temos de temos de clicar em cada coisa.

É nisto que consistem as mecânicas de Sixty Four, em linha com o que dita o género de idler/clicker. À semelhança do que acontece quando alguém me tenta explicar o que é a tecnologia blockchain, este loop consegue entreter-me durante tempo limitado até me começar a aborrecer. Porém, no caso de Sixty Four, o jogo beneficia de uma narrativa assente num mistério bem construído que nos estimula a continuar para saber mais.

Clicar e clicar.

Gráficos e som de Sixty Four

Tanto os gráficos como o som de Sixty Four seguem um estilo que, sendo ultraminimalista, é muito elegante, agradável aos olhos e orgânico, no sentido em que vai evoluindo com a nossa progressão. A palete de cores e os efeitos sonoros vão-nos brindando com contrastes marcados entre cor e escuro, ou silêncio e som disruptivo, respetivamente.

Minimalismo e contrastes.

Postas de pescada e um par de botas

Sixty Four acabou por se me revelar um jogo divertido, mas confesso que se encontra um pouco fora do meu universo, especialmente tendo em conta a plataforma em que o testei — acredito profundamente que este é um jogo ideal para Android ou iOS e não tanto para PC.

+++

Estilo minimalista bem produzido, atmosfera de mistério.

Loop repetitivo inerente ao género.

Clicar no infinito.

Classificação: 6,5/10

Estou confortável em afirmar que fãs do género encontram em Sixty Four um bom título para acrescentar à sua biblioteca, enquanto quem tem curiosidade em experimentar esta categoria de jogos tem aqui um bom título para começar.

Sixty Four está disponível no Steam.

Para terminar, fica a dica indispensável: se arranjarem uma galinha e pousarem bocadinhos pequeninos de pão num mouse pad, não precisam de estar presentes para jogar a jogos do género clicker/idler.

Plataforma testada: PC

Trailer de Sixty Four:

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