Cinema: Análise – Shot Caller, Sobreviver a Todo o Custo
Shot Caller – Sobreviver a Todo o Custo estreia só na próxima quinta-feira, 9 de Novembro, mas o Central Comics já foi ver! Será um daqueles filmes que possa ser esquecido?
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A jornada do personagem de Nikolaj é marcante, sofrida, violenta e genial. Um filme que tem os seus momentos dramáticos, vários plot twists, cenas de ação realistas e uma história dramática. Shot Caller beneficia da presença e entrega de Nikolaj Coster-Waldau, a estrela de Game of Thrones, no papel principal.
Shot Caller – Sobreviver a Todo o Custo apresenta-nos Jacob/Money (Nikolaj Coster-Waldau), um homem de negócios envolvido num acidente de carro que resulta na morte de um dos seus amigos. Com provas irrefutáveis de que é culpado, Jacob/Money é condenado e encarcerado num estabelecimento prisional de segurança máxima. Dentro da prisão, Jacob/Money só tem uma opção: entrar num gangue de supremacia branca e sobreviver.
O mais recente filme de Ric Roman Waugh assenta-se em dois períodos de tempo. Shot Caller inicia-se com a libertação de Jacob/Money mas rapidamente transporta-nos para a sua vida antes da prisão. Esta alternância constante faz com que o filme recaia na visível transformação, física e psicológica, do actor Nikolaj Coster-Waldau. Tal como em Felon (2008), onde Ric Roman Waugh conseguiu retirar o melhor de Stephen Dorff e de Val Kilmer, com Waldau não foi excepção. O registo de duas personagens muito distintas, primeiro como homem de negócios e de família (Jacob), e posteriormente na pele de recluso (Money), é feito com grande precisão.
Ao optar por uma premissa em que se sente perfeitamente à vontade (um filme passado em universo prisional), o realizador sente-se como um peixe na água e é dentro daquele estabelecimento que ninguém sai ileso. A sobrevivência na prisão, a violência que se passa por detrás das grades e as questões sociais que acarretam voltam a ser tratadas de maneira oportuna. As questões raciais que prevalecem na prisão são projectadas de maneira convincente e transmitem a desumanização da alma entre as populações carcerárias.
Todavia, quando o filme sai da prisão para um ambiente menos controlado pelo seu realizador, a narrativa acaba por ser menos bem sucedida, às vezes até confusa e o elenco de apoio a Nikolaj Coster-Waldau não ajuda. Não por não terem talento mas porque têm muito pouco para fazer. Howie (Emory Cohen), um aspirante a entrar no gangue de Jacob/ Money, Kate (Lake Bell) e Joshua (Jonathon McClendon), esposa e filho, respectivamente, estão submetidos a papéis muito secundários. São as três personagens que pesam nas decisões de Jacob/Money mas que podiam ter trazido uma carga dramática mais potente a Shot Caller. Kutcher (Omari Hardwick), o oficial de liberdade condicional de Jacob/Money também tem um papel que podia ter potenciado o filme mas foi brando. Apesar do curto espaço de tempo, as prestações de Bottles (Jeffrey Donovan), tutor de Jacob/Money na prisão, e de Frank “Shotgun” (Jon Bernthal), são eficazes. Para quem gostou de Breaking Bad e Sons of Anarchy este é o filme ideal.
★★★
Shot Caller – Sobreviver a Todo o Custo
Realizado por Ric Roman Waugh
Argumento de Ric Roman Waugh
Com a participação de Jon Bernthal, Nikolaj Coster-Waldau, Holt McCallany, Lake Bell, Benjamin Bratt
Mariana Martins