Oscars: os vencedores de 2025
A 97.ª cerimónia dos Óscares foi marcada por momentos históricos e emocionantes, com destaque especial para o sucesso do cinema brasileiro e letão, para além da consagração de algumas das produções mais marcantes do ano.

O grande vencedor da noite foi “Anora”, de Sean Baker, que arrecadou 5 Óscares, incluindo:
- Melhor Filme
- Melhor Realização (Sean Baker)
- Melhor Actriz (Mikey Madison)
- Melhor Argumento Original
- Melhor Edição
Sean Baker, já consagrado desde a vitória da Palma de Ouro em Cannes, fez um discurso apaixonado ao receber o prémio, defendendo a importância de preservar a experiência colectiva do cinema nas salas. Baker apelou ao apoio aos cinemas independentes, que têm lutado pela sobrevivência, e incentivou realizadores e distribuidores a priorizarem as estreias no grande ecrã. No triunfo do cinema independente, o cineasta terminou a noite com 4 Oscars nas mãos!

Logo atrás, “O Brutalista”, realizado por Brady Corbet, conquistou 3 Óscares:
- Melhor Actor (Adrien Brody)
- Melhor Cinematografia
- Melhor Banda Sonora Original
Adrien Brody, emocionado, destacou a importância de contar histórias que exploram resiliência e reconstrução, referindo-se ao papel desafiador que interpretou como um arquitecto húngaro sobrevivente do Holocausto.

Outro momento histórico foi a vitória de “Ainda Estou Aqui”, do realizador brasileiro Walter Salles, que recebeu o Óscar de Melhor Filme Internacional. Esta foi a primeira vez que um filme brasileiro venceu nesta categoria, marcando um momento de orgulho para o cinema do país. A produção, que narra a luta e resiliência de uma família durante a ditadura militar no Brasil, recebeu aclamação mundial, e a nomeação de Fernanda Torres para Melhor Actriz também trouxe reconhecimento ao talento do elenco.

A Letónia também brilhou com “Flow – À Deriva”, vencedor do Óscar de Melhor Filme de Animação. Esta produção inovadora e visualmente deslumbrante conquistou o público e a crítica com a sua narrativa sensível sobre sobrevivência e relação emocional, colocando a Letónia no centro das atenções da indústria da animação.
A vitória de Mikey Madison como Melhor Actriz por “Anora“ foi uma das maiores surpresas da noite. Relativamente nova no circuito dos prémios, Madison arrebatou os votantes da Academia com a sua interpretação poderosa de Ani, uma stripper uzbeque-americana que se envolve numa história de amor e sobrevivência. A sua vitória sobre as favoritas como Demi Moore ou Fernanda Torres foi recebida com aplausos entusiásticos, confirmando-a como uma revelação e uma estrela em ascensão em Hollywood.

Por sua vez, Zoe Saldaña conquistou o Oscar de Melhor Actriz Secundária pelo seu papel em “Emília Perez”, um musical sobre um narcotraficante mexicano que faz a transição de género. Apesar de ter liderado com 13 nomeações, “Emília Perez” foi o grande derrotado da noite, surpreendendo aqueles que esperavam um desempenho mais forte nas principais categorias.
Kieran Culkin, conhecido pela sua trajetória na televisão, confirmou o favoritismo ao vencer o Óscar de Melhor Actor Secundário pelo seu desempenho em “A Verdadeira Dor”.
Outra surpresa foi “A Complete Unknown”, a aguardada biografia cinematográfica sobre Bob Dylan, que terminou a noite sem levar nenhuma estatueta, apesar das múltiplas nomeações. A animação da Dreamworks “Robot Selvagem” não materializou em Oscar nenhuma das 3 nomeações.
A cerimónia, apresentada por Conan O’Brien, foi ainda enriquecida com as actuações musicais de homenagem ao agente secreto mais famoso do mundo, James Bond, num momento saudoso digno do funeral de 007, dado a recente alteração de proprietários dos direitos criativos. Houve também momentos de emoção com a homenagem ao lendário actor Gene Hackman, sem esquecer os heróis dos incêndios na Califórnia, com os bombeiros a recordarem que não conseguiram salvar a casa dos produtores de “Joker: Loucura a Dois”.
A 97.ª edição dos Óscares celebrou a diversidade e a excelência do cinema mundial, a reafirmarem o reconhecimento de narrativas universais.
A lista completa dos vencedores:
Melhor Filme
- Anora
Melhor Realização
- Sean Baker (Anora)
Melhor Actor
- Adrien Brody (O Brutalista)
Melhor Actriz
- Mikey Madison (Anora)
Melhor Actor Secundário
- Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)
Melhor Actriz Secundária
- Zoe Saldaña (Emilia Pérez)
Melhor Argumento Original
- Sean Baker (Anora)
Melhor Argumento Adaptado
- Peter Straughan (Conclave)
Melhor Filme Internacional
- Ainda Estou Aqui (Brasil)
Melhor Filme de Animação
- Flow – À Deriva
Melhor Cinematografia
- O Brutalista
Melhor Banda Sonora Original
- O Brutalista
Melhor Canção Original
- “El Mal”, Canção de Emilia Pérez
Melhor Direcção Artística
- Wicked
Melhor Guarda Roupa
- Wicked
Melhor Maqulhagem e Penteados
- A Substância
Melhor Edição
- Anora
Melhor Som
- Duna: Parte Dois
Melhores Efeitos Visuais
- Duna: Parte Dois
Melhor Curta-Metragem
- The Man Who Could Not Remain Silent
Melhor Curta-Metragem de Animação
- In the Shadow of the Cypress
Melhor Documentário
- No Other Land
Melhor Curta-Metragem Documental
- A Única Mulher na Orquestra
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.