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Notícias do IndieLisboa, Curtas de Vila do Conde e a estreia de “Anteu”

ANTEU EM ESTREIA NO CINEMA TRINDADE
Após um interessante percurso em grandes festivais mundiais como Nova Iorque ou Roterdão, a curta-metragem Anteu de João Vladimiro fará a sua estreia comercial a partir de hoje, dia 6 de Agosto, no Cinema Trindade, no Porto, com sessão diária às 18h30.

No dia 7 de Agosto, sexta-feira, a sessão contará a presença do realizador João Vladimiro e de Luís Palito, um dos responsáveis pela montagem e argumento do filme.

Com produção Terratreme Filmes (Portugal) e co-produção Pomme Hurlante Films (França), a curta-metragem do português João Vladimiro conta a história de Anteu, um adolescente que é o último habitante da sua aldeia. João Vladimiro combina mito, ficção e realismo documental para criar uma parábola sobrenatural. Rodado na aldeia de Covas do Monte, em Viseu, Anteu contou com a participação dos seus habitantes, a colaboração de Frederico Lobo e Luís Palito na escrita do argumento e de Gonçalo M. Tavares na narração.

O INDIELISBOA ESTÁ MESMO A CHEGAR E ANUNCIA AS SECÇÕES: BOCA DO INFERNO, DIRECTOR’S CUT E NOVISÍSSIMOS | UM OUTRO OLHAR
De 25 de Agosto a 5 de Setembro haverá muito cinema para descobrir na edição de 2020 do IndieLisboa!

Boca do Inferno: filmes melhor compreendidos sob a luz do luar
Um dos espaços de culto do IndieLisboa (que este ano exclui a sua Maratona), volta a assombrar-nos com os seus filmes desconcertantes e temas fracturantes. De destaque este ano, encontramos Greener Grass, de e com Dawn Luebbe e Jocelyn DeBoer, uma comédia negra que faz lembrar o que aconteceria se juntássemos um filme de David Lynch com um de Wes Anderson; Dreamland, no melhor humor distópico e coolness violenta de Bruce McDonald; o pesadelo de um jovem casal em Vivarium, de Lorcan Finnegan; e o clássico de culto Cremator, de Juraj Herz, numa cópia digital restaurada. Também de realçar é a primeira longa de Matthew Rankin, The Twentieth Century, uma maravilhosa bizarria camp, muito kitsch, que faz lembrar o expressionismo alemão e traz consigo a estética da televisão dos anos 80.

“The Twentieth Century”

E também as curtas-metragens Danny’s Girl, de Emily Wilson, sobre um encontro de um rapaz com a sua namorada virtual; The Fall, de Jonathan Glazer, onde uma multidão de mascaradas persegue e pune um homem de máscara e Karv, sobre a solução para todos os carecas.

Director’s Cut: filmes que retrabalham o património visual cinematográfico
Nesta secção, onde filmes novos, que mergulham na memória do cinema vêm habitar, são de destacar o El Tango del Viudo y su Espejo Deformante, de Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento, filme que Ruiz iniciou ainda no Chile, e que a sua viúva Valeria acaba agora com a ajuda de especialistas em leitura de lábios para reconstruir diálogos sobre um homem a quem lhe aparece o fantasma da sua viúva; a versão restaurada do filme de culto do situacionista e cineasta René Viénet, La Dialectique Peut-elle Casser des Briques?, um filme de kung-fu que abre as portas ao diálogo marxista sobre conflitos entre classes; e o trabalho profundamente inter-ligado às rotas da lusofonia de Ariel de Bigault com Fantasmas do Império.

De relevo, dois filmes de Mark Rappaport, uma das vozes mais originais do cinema e cinefilia americanos, a longa Conrad Veit – My Life, sobre o actor germânico, e a curta-metragem Anna/Nana/Nana/Anna, sobre Anna Sten, vedeta do cinema mudo russo.

“El Tango del Viudo y su Espejo Deformante”

Novíssimos: as mais recentes vozes no contexto cinematográfico português
Depois de passar pelo Festival de Sundance, La Leyenda Negra, de Patricia Vidal Delgado, cineasta sediada em Los Angeles, chega ao IndieLisboa com uma história de crescimento de uma jovem estudante latina, Aleteia, que procura prosseguir os seus estudos universitários, aproximando assim a visão sobre o momento tenso da política americana e as divisões existentes na comunidade hispânica.

“La Leyenda Negra”

Nas curtas-metragens, é de destacar À Tarde, Sob o Sol, de Gonçalo Pina, uma reflexão do que é o desejo e desejar, Nestor, de João Gonzalez, sobre um homem que vive numa casa-barco, e Selvajaria, de Camila Vale, sobre uma rapariga que vive rodeada de aparelhos, cabos e o brilho de ecrãs.

CURTAS DE VILA DO CONDE com novo formato e foco no trabalho de Isaki Lacuesta
Cineasta, produtor, cenógrafo, ensaísta, escritor e curador, Isaki Lacuesta é um dos mais interessantes e destacados artistas espanhóis da atualidade. Com um corpo de trabalho que faz disparar o diálogo entre o cinema e as mais diferentes áreas artísticas, tem na versatilidade um dos mais importantes traços de uma obra que derrete as fronteiras entre a cultura académica e a cultura popular. Tendo ocupado um lugar na crítica de cinema muito antes de se tornar realizador, não é de espantar que o discurso artístico de Lacuesta se construa em cima de um convite constante para a multiplicação dos pontos de vista e formas de olhar, uma premissa que se espalha para lá da tela na várias experimentações e incursões artísticas que pautam o seu percurso. Da dança, à música, da pintura, à literatura ou arquitectura, é longa e multiversa a lista de áreas em que o espanhol tem vindo a intervir. Com mais de uma mão cheia de filmes e documentários para TV, a sua obra tem vindo a ser mostrada um pouco por todo o mundo, em espaços tão referenciais como o MOMA, a National Gallery em Washington ou o Centro Pompidou em Paris.

O programa seleccionado para a secção InFocus do Curtas de Vila do Conde incluirá curtas e longas metragens, assim como a primeira exposição do autor em Portugal. A ter lugar na Solar – Galeria de Arte Cinemática a mesma versará sobre a dimensão expositiva do trabalho de Lacuesta, que estará presente em Vila do Conde para apresentar os seus filmes e participar de uma conferência aberta a jornalistas e público. Isaki Lacuesta será acompanhado por Isa Campo, parceira inquestionável de criação, quer na escrita da maioria dos argumentos dos seus filmes, quer na partilha da sua realização.

Isaki Lacuesta em destaque nas Curtas de Vila do Conde

O Curtas Vila do Conde decorre, este ano, entre 3 e 11 de outubro apresentando um novo formato, adaptado à nova realidade e hábitos de consumo. A par da edição em sala que volta a ter como espaços centrais o Teatro Municipal de Vila do Conde, o Auditório Municipal e a Solar, o evento promoverá um conjunto de iniciativas em formato online, alargando assim a sua área de acção e permitindo que o encontro entre o público e os cineastas possa acontecer de forma segura e próxima. Previstas estão então a calendarização de sessões em formato VoD, numa parceria com a Shift72, assim como a realização de debates, entrevistas e masterclasses em ambiente virtual.

A programação do festival será revelada no decurso dos próximos meses, assim como os detalhes sobre a compra de bilhetes.

 

 

 

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