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Nobres, camponeses, intrigas… e muito enrolanço — Norland

Norland
Norland

O Central Comics assumiu o seu legado de sangue azul e propôs-se a fazer em Norland o que melhor as elites fazem: governar, conspirar… e dar muitas cambalhotas na cama!

Sinopse de Norland

Lidera a tua casa e certifica-te de que o legado da tua família perdura ao governar, conspirar e combater para dominar e unir todos os reinos de uma terra devastada pelo conflito.

Norland é um jogo de simulação política, social e emocional com elementos de colony building, desenvolvido pela Long Jaunt e distribuído pela Hooded Horse.

O que interessa é a família!

Análise TLDR de Norland

Norland é um jogo curioso que evidencia muitas influências de diversos jogos e géneros, nomeadamente Rimworld, Crusader Kings, Lords and Villeins, entre outros. Talvez seja por esta mixórdia de géneros que não é fácil gostar imediatamente de Norland, o que acaba por se esquecer após as horas intermináveis para que o jogo nos arrasta.

Embora os aspetos positivos ultrapassem largamente os negativos e a minha experiência tenha sido (ou esteja a ser) muito boa, existem algumas escolhas feitas pela equipa de desenvolvimento que eu não faria e que tiveram algum impacto no resultado final que atribuo.

Uma experiência agradável.

História de Norland

Norland leva-nos até uma terra devastada pela guerra, pelas doença e pelo conflito religioso, em que, após a queda do Império Carmesim, os vários reinos se separaram e a Igreja é agora o poder superior que tenta manter algum sentimento de ordem. Porém, a estabilidade atual é extremamente volátil, e aproximam-se tempos conturbados de caos e destruição, especialmente com a invasão de uma horda de bárbaros do Oeste.

O nosso papel é liderar a nossa família e unir os reinos para restabelecer a ordem no mundo, segundo a nossa vontade.

Uma terra devastada pelo conflito.

Jogabilidade de Norland

Tal como acontece com uma pessoa que nasce com três mamilos, existe um número acima do normal de mecânicas para brincar em Norland. A começar pela vertente de colony building, o jogo não começa por nos oferecer muita escolha, com os mapas disponíveis a serem todos pré-definidos, por oposição a mapas de geração procedimental, em que temos de construir um número limitado de edifícios (também eles pré-definidos), sendo que temos de ir desbloqueando mais edifícios e progredindo através de pesquisa.

Por falar em pesquisa, a mecânica que o jogo nos apresenta de dependermos dos nossos personagens para aprender e ensinar novas tecnologias surpreendeu-me muito pela positiva. Cada personagem sabe as suas próprias tecnologias que podemos usar na nossa colónia, porém, se um determinado personagem morre, os conhecimentos que esse personagem dominava desaparecem com ele. Para evitarmos perder o conhecimento por completo, temos de pôr os personagens a escrever e ler livros, de modo a que o conhecimento de difunda e mantenha. Achei muito inovador.

Norland também tem uma componente de combate, em que podemos contratar mercenários, ou treinar os nossos camponeses, para formar unidades militares que requerem um personagem com competência de liderança para assumirem a posição de capitão. Não diria que se trata do sistema de combate mais complexo do mundo, mas entretém — a série Marés Vivas também agarrou milhões ao ecrã com guiões de meia página. Também neste caso, suspeito que haja algum envolvimento de mamilos no êxito alcançado…

Termino com o género com que Norland mais se pode identificar: o de simulação política, social e emocional. Todos os personagens (estes sim, gerados aleatoriamente) conseguem ser memoráveis e muito engraçados. Aliás, o humor pateta é um dos pontos fortes deste título que jogamos de sorriso no rosto. Contudo, tenho de referir que o jogo peca por microgestão excessiva. Ou seja, em Norland, temos de estar constantemente a definir ações de interação social e política para os nossos personagens a nível individual. Não é que não goste deste tipo de simulação, até porque não diria que seja tanto um aspeto negativo, mas sim uma preferência pessoal, mas neste título, acabou por ser demasiado para mim e privou-me de alguma imersão.

Combate, sangue e mamilos!

Gráficos e som de Norland

Norland não se destaca pelos gráficos nem pelo som.

Começando pelos gráficos, apesar de considerar que o estilo serve bem a atmosfera despreocupada que o jogo transmite, não gostei da decisão artística de usar assets fixos e com pouca variedade, já que me roubou um pouco da liberdade criativa que os colony builders normalmente oferecem.

Quanto ao som, jogamos a ouvir uma música leve, agradável e adequada, com locuções bem feitas e sons adequados.

Assets fixos e limitação criativa.

Postas de pescada e um par de botas

Quando comecei a jogar, fiquei um pouco desiludido com Norland, visto que este é um título que já tenho debaixo de olho há algum tempo e tinha expetativas muito altas. Contudo, à medida que fui progredindo no jogo, passei a dominar melhor a vertente de microgestão social e consegui desfrutar mais de todos os aspetos inovadores que este título oferece, incluindo os originais sistemas de pesquisa por livros e personagens, de produção de recursos dependente de gestores dos edifícios e, com tempo, até os sistemas de simulação.

No geral, recomendo Norland sem hesitação a qualquer tipo de fã de videojogos, mas mais especificamente a fãs dos géneros de simulação que apreciam um toque de humor. Deixo apenas um pequeno e amigável aviso a fãs do género de colony builder: não estejam à espera de algo ao nível de Rimworld. Ainda assim, vale a pena experimentar este título porque a progressão acaba por nos levar a uma jogabilidade que se aproxima mais do habitual no género.

+++

Mecânicas originais de pesquisa e produção, humor e exploração de novos aspetos desbloqueados com a progressão.

Mapas fixos sem geração procedimental, assets fixos, pouca liberdade criativa na construção da nossa colónia e necessidade de microgestão ao início.

Um ou outro ponto fraco, mas bom no geral.

Classificação: 7,5/10

Embora já tenha capacidade de nos roubar dezenas de horas de vida, com o tempo, talvez Norland consiga oferecer uma experiência ainda mais repetível e maior liberdade criativa. Não fossem estes dois pontos menos positivos na minha experiência, e facilmente atribuiria 8,5.

Norland está disponível no Steam por 29,99 €.

Para terminar, fica a dica indispensável: se na realidade não convém ir para a cama com qualquer pessoa só para satisfazer o nosso desejo sexual, em Norland isto é ainda pior para os nossos personagens, pois correm o risco de acordar ao lado de alguém da plebe – Yuk!

Plataforma testada: PC

Gameplay de Norland:

Trailer de Norland:

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