NOMA Azores: as migrações e a integração de comunidades em debate
São conhecidas hoje as primeiras confirmações para o O NOMA AZORES – Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos, a ter lugar em São Miguel entre os dias 27 e 31 de julho.
Três curtas que têm como foco a emigração, as condições de vida dos migrantes e as suas relações com as populações dos locais em que estão inseridos. Com carácter extra-competitivo, o programa de curtas integra assim dois filmes internacionais, Tahiti e La chambre, ambos de Latifa Said, e um filme regional, Novos Vizinhos: Um só Deus, de Bruno Correia. É anunciado hoje também o ciclo de conversas que integrará o festival: a actriz Ana Lopes, a activista Carolina Brito e o realizador e produtor Filipe Tavares, marcarão presença no Teatro Micaelense, a 27, 28 e 30 de julho, respectivamente.
Depois de um percurso como fotojornalista em meios como Télérama, GéoAdo ou The League Against the Cancer, a franco-argelina Latifa Said estreou-se no cinema com Jours intranquilles, curta escrita e realizada pela própria. Com um particular interesse pelos temas relacionados os direitos humanos, a realizadora traz aos Açores duas obras: Tahiti (2018), integralmente rodada em Argel, sobre a vida de um emigrante ilegal dos Camarões, e La chambre (2019), um olhar sobre a integração dos emigrantes do Maghreb em França. No plano nacional, reposição em grande ecrã de Novos Vizinhos: Um só Deus, do açoriano Bruno Correia. Estreada na RTP, a curta metragem acompanha o surgimento da primeira mesquita do Atlântico Norte, localizada na baixa de Ponta Delgada, no Arquipélago dos Açores. Apesar de todas as diferenças visíveis entre os muçulmanos e a comunidade local, um vizinho da mesquita, ele próprio perdido numa existência solitária, ousa descobrir semelhanças entre as crenças espirituais de muçulmanos e cristãos.
O NOMA Azores é promovido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e acontece no Teatro Micaelense em julho. O programa final será anunciado no início do próximo mês. Especialmente relevante nos tempos conturbados, a promoção e defesa dos Direitos Humanos, deve assumir-se como um compromisso inquebrável do homem e da mulher modernos e das sociedades que ambicionamos construir e a autarquia de Ponta Delgada acredita que a cultura é nossa principal arma para criação de diálogos e a construção das pontes que nos ligam aos outros.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.