Napoleão: Ridley Scott tem novo épico
Napoleão, de Ridley Scott, chega ao grande ecrã no próximo mês. E neste caso, definitivamente, é filme para se assistir no maior ecrã possível!
Quando em Janeiro de 2021, a Apple Studios anunciou que financiaria e produziria Napoelão, é bem possível que Ridley Scott ( e o cinéfilo) tenha temido a possibilidade do filme nunca chegar às salas de cinema, acontecendo o lançamento em exclusivo na plataforma de streaming Apple TV+.
O suspiro de alívio aconteceu este ano, quando a Sony assumiu o compromisso de estrear Napoleão nas salas de cinema.
Napoleão é o espetacular filme épico, repleto de ação, que acompanha a ascensão e queda do icónico imperador francês Napoleão Bonaparte, interpretado pelo vencedor dum oscar®, Joaquin Phoenix.
Com cenários deslumbrantes característicos do “grande” cinema, orquestrados pelo lendário realizador Ridley Scott (Blade Runner – Perigo Iminente, Alien – O 8º Passageiro, Gladiador, 1492: Cristóvão Colombo, Reino dos Céus, Robin Hood…) , o filme apresenta a implacável subida ao poder de Napoleão através da viciante e volátil relação com o seu único e verdadeiro amor, Josephine, enquanto expõe a sua visão militar e as suas táticas políticas, através das sequências de batalha mais empolgantes alguma vez filmadas.
O cineasta épico
O filme distingue-se pelo facto de poucos cineastas terem a experiência, a versatilidade, a visão e a confiança para criarem escala épica no cenário que, entretanto, será revelada no ecrã.
Após uma carreira abrangendo quase meio século, o domínio de Scott sobre o género é tão completo que se sente confortável mesmo durante os dias mais complicados e intimidantes de filmagens, com múltiplas câmaras a filmarem em 360 graus, assim como são encenadas batalhas em áreas extensas.
Agora, Ridley Scott recria as famosas batalhas de Napoleão – Toulon, Austerlitz, Waterloo e muito mais – em cenas que exigem que o enorme elenco de actores interpretassem verdadeiros soldados de época em campo de batalha. O responsável de criar os exércitos (os franceses, pois está claro, mas também as forças austríacas, russas e britânicas) foi o conselheiro militar Paul Biddiss.
“Fizemos um acampamento de treino militar para a nossa infantaria e artilharia”, recorda. “Não se pode simplesmente pegar num actor ou figurante e simplesmente uniformizá-lo – eles têm que ser treinados com manobras militares que foram usadas na era napoleônica. Na verdade, é uma das mais difíceis épocas de retratar, porque o exercício era extremamente técnico.”
Com tantas câmaras filmando a acção, não havia como fingir e se esconder no fundo, porque não havia fundo. “Todos tinham que saber os exercícios, como carregar um mosquete, como estar em sintonia, como ir de A a B, como um napoleônico soldado faria naquela época.”
O reencontro
Napoleão assinala o reencontro, pela primeira vez desde Gladiador, de Ridley Scoot com Joaquin Phoenix. O actor admite que não sabia muito sobre Napoleão antes de entrar no projecto, e ficou surpreso com algumas facetas da personagem que ele descobriu. “considero-o uma pessoa muito mais complexa do que imaginei inicialmente, principalmente a dinâmica entre ele e Josephine,” ele diz. “Eu achei-o misterioso, e esse mistério é algo que é sempre interessante de explorar.”
Vanessa Kirby interpreta a Imperatriz Josephine, o conturbado amor da vida de Napoleão. O elenco inclui ainda nomes como Rupert Everett, Bem Milles e Ludivine Sagnier.
Ridley Scott reencontrou-se com o director de fotografia Darius Wolski (Prometheus), e com os editores Claire Simpson e Sam Restivo, com os quais trabalhou em O Último Duelo. Arthur Marx (Gladiador) foi o responsável pelo desenho de produção, e o guarda-roupa foi entregue à sua colaboradora habitual, Janty Yates (Casa Gucci).
Adaptar a história
O argumento de Napoleão foi escrito por David Scarpa (Todo o Dinheiro do Mundo), sob o título inicial de Kitbag, inspirado no ditado “There is a general’s staff hidden in every soldier’s kitbag”.Antes de Napoleão ser o título final, na rodagem foi apelidado de Marengo, inspirado numa das batalhas.
Napoleão inspirou realizadores, como Stanley Kubrick – cujo projecto ainda aguarda ser realizado. E numa época em que poucos cineastas são capazes de aceitar o desafio de criarem épicos de grande escala, Ridley Scott assume o fascínio pela personagem “pois – como muitos de nós – ele era prisioneiro do seu próprio coração e das suas emoções. Simultaneamente era um estratega incrível, um homem maravilhoso, intuitivo – e impiedoso – político…”
“A história napoleônica é o início da história moderna. Ele mudou o mundo; ele reescreveu o livro das regras.” diz Ridley Scott.
Tendo em perspectiva um épico histórico, uma obra cinematográfica de valor, seria um “crime” que fosse acessível apenas aos telespectadores através da plataforma de streaming.
Assim sendo, Napoleão chega às salas de cinema a 23 de novembro, estando disponível ainda nas salas de grande formato, como IMAX.
Em outros países, Napoelão será também exibido em película de formato de 70mm, com o espectador a ser convidado a assistir às batalhas como se estivesse num camarote nos tempos napoleónicos.
Segundo Ridley Scoot, na Apple TV+ será lançada uma versão do realizador com 4 horas e 10 minutos de duração. Às salas de cinema chegará uma versão mais curta do filme.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.