Maniac: caos na ponta dos dedos
Numa época em que o politicamente correto parece estar de lápis azul em riste, o Central Comics experimentou Maniac, um jogo que se está, pura e simplesmente, a c***r para tudo e todos.
Sinopse de Maniac
Já chegaste a um ponto em que simplesmente já não queres saber de nada? Alguma vez sentiste que o mundo está contra ti? Queres fazer o mundo pagar? Se sim, então, Maniac é o jogo para ti. Aqui só há uma regra: não há regras!
Maniac está a ser desenvolvido pela Transhuman Design e vai ser publicado pela Skystone Games no dia 28 de março.
Análise TLDR de Maniac
Aviso: vou tentar escrever esta análise um pouco ao estilo de Maniac, mesmo que seja impossível ser tão caótica, começando logo pelo facto de que deixei este aviso.
Numa época em que parece que tudo ofende toda a gente, eis um título que não deixa avisos nem quer minimamente saber se ofende ou deixa de ofender, enquanto nos propõe uma experiência insana de psicopatia em estado bruto. Perdoem-me — ou não, já que também não dou três peidos furados para a opinião de quem lê este artigo — mas é aqui, nos videojogos, que se podem ter estas experiências.
Quanto à minha experiência com o jogo, levou-me de volta aos anos 90 com o design muito semelhante a GTA I e GTA II, e fez-me dar gargalhadas como há muito não dava. Este é um título absurdamente violento e diz-nos que, para entrar, temos de deixar qualquer sentido ético ou moral à porta. Lá dentro, o caos em estado puro proporciona uma experiência incomum e extremamente divertida.
História de Maniac
Existem vários personagens em Maniac, cada um deles com uma pequena história contextual para o estado psicótico em que se encontram. Desde um Pai Natal embriagado, passando por um executivo toxicodependente que perdeu tudo, até uma menina que só quer ver o mundo arder, a narrativa para no momento em que entramos no mundo e nos cabe arrasar tudo à nossa frente.
Jogabilidade de Maniac
As mecânicas de Maniac são bastante simples, emulando os primeiros títulos da saga GTA, mas sem as missões e a narrativa. Então, o que resta? Pois bem, o caos, o puro caos.
Com vista top-down, o nosso personagem pode roubar veículos, recolher diferentes armas, agredir, disparar, rebentar e chacinar. Aliás, não é que possa — deve! O jogo até tem o descaramento de nos dizer que, a bem ver, não temos de fazer nada, mas quanto maior o caos, maior a força das autoridades que nos perseguem, assim como maior a recompensa.
Na sua base, este é um roguetile, ou seja, vamos recolhendo recursos (neste caso, dinheiro) com que melhoramos o nosso personagem para o tornar mais forte no próximo jogo. Também temos uma série de objetivos ao estilo de Carmageddon que, após cumpridos, desbloqueiam novos personagens, cada um com as suas próprias particularidades e características.
Gráficos e som de Maniac
Num estilo de animação top-down moderno a compor cidades de geração procedimental, sem deslumbrar, os gráficos são limpos, com uma palete de cores bem definida.
A música e os sons acompanham o caos no ecrã na perfeição, com dicas auditivas a complementar o que estamos a ver. Ambos os aspetos são inegavelmente um ponto positivo em Maniac.
Postas de pescada e um par de botas
Tiveram um dia mau? O colega queimou-vos? O professor chumbou-vos? O patrão roubou-vos os louros do vosso trabalho? A namorada, a mulher, ou o companheiro fugiu com o padeiro? Então, incendeiem o mundo aqui, em Maniac. Na vida, temos de ser bondosos uns com os outros, temos de tratar todas as pessoas, sem exceção (mesmo o padeiro) como gostaríamos que nos tratassem a nós para podermos viver num mundo melhor e sob risco de nos tratarem abaixo de cão. Contudo, ser humano é ter um lado obscuro e, para mim, Maniac é um escape perfeito para este lado obscuro. É um título que não é sério, não tenta ser sério, nem se leva a sério. Sabem o que é verdadeiramente? Um jogo.
Embora seja um pouco superficial de momento, jogar Maniac foi uma lufada de ar fresco numa atmosfera completamente saturada de heróis, justiceiros sociais e até vilões de bom coração.
Mas atenção! Este não é um jogo para toda a gente. Se vos custa despir os vossos valores éticos e morais para entrar num mundo de fantasia total, então, não joguem a Maniac. Contudo, se conseguirem perceber a distinção entre fantasia e realidade, dou-vos as boas-vindas. Recomendo.
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Oportunidade de entrar num mundo de puro caos, onde não há regras nem nada interessa.
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Superficialidade do jogo — acaba por se tornar repetitivo e trata-se de uma questão de (pouco) tempo até desbloquearmos tudo.
Classificação: 8/10
Maniac é uma ode à arte de se estar pouco marimbando. Em boa verdade, em cima da qualidade do próprio jogo, dou-lhe um ponto extra na classificação por isso mesmo.
Maniac será lançado no Steam no dia 28 de março.
Nota: caso o jogo tenha um preço de venda acima dos 15,00 €, a classificação desce imediatamente para 7.
Para terminar, fica a dica indispensável: hoje não há — quero é que vocês se f***m!
Plataforma testada: PC
Gameplay de Maniac:
Trailer de Maniac:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!