LEFFEST — Lisboa Film Festival apresentou o programa da 18ª edição. Paulo Branco, diretor do LEFFEST — Lisboa Film Festival, apresentou o programa, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e pelo administrador executivo da NOS, Daniel Beato. A 18ª edição começa a 8 de novembro e conta com 140 filmes, muitos dos quais exibidos e premiados este ano nos principais festivais de cinema, cem convidados, retrospectivas, ciclos de cinema com temáticas atuais, momentos musicais e algum cinema português.
Para a abertura foram escolhidos dois filmes premiados no Festival de Veneza — “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar, Leão de Ouro para Melhor Filme, e “The Brutalist”, de Brady Corbet, Leão de Prata para Melhor Realizador.
Para a competição do Grande Prémio NOS foram selecionadas 12 longas-metragens, entre elas, obras de autores consagrados, como “The Shrouds”, de David Cronenberg, “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof, ou “Rendez-vous avec Pol Pot”, de Rithy Panh, além de alguns estreantes, como a portuguesa Laura Carreira, vencedora da Concha de Prata para melhor realização no Festival de San Sebastián com “On Falling”.
Na Selecção Oficial – Fora de Competição destacam-se alguns títulos como “All We Imagine as Light”, de Payal Kapadia, que arrecadou o Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes, “Emília Perez”, de Jacques Audiard, que mereceu o Prémio de Melhor Actriz / Ensemble em Cannes, “The Dead Don’t Hurt”, de Viggo Mortensen ou “Oh, Canada”, de Paul Schrader. Já “O Ancoradouro do Tempo”, do moçambicano Sol de Carvalho, e “Longe da Estrada”, dos portugueses Hugo Vieira da Silva e Paulo Mil Homens farão a sua estreia mundial no LEFFEST. Assim como a série “O Americano”, de Ivo M. Ferreira, com a exibição dos primeiros quatro episódios e a presença do realizador e do elenco.
Estão programadas algumas retrospetivas à obra de Miguel Gomes, galardoado este ano em Cannes com o Prémio de Melhor Realizador, e a alguns dos nomes importantes do panorama internacional como Michael Haneke, Jonás Trueba e Patricia Mazuy, que estará presente a acompanhar a estreia dos seus últimos dois filmes: “Bowling Saturne” e “La Prisionnière de Bordeaux”.
Destacam-se ainda três ciclos temáticos que abordam questões de grande relevância para o nosso tempo: “Imagens de Guerra – A Guerra das Imagens” propõe uma reflexão crítica sobre a forma como a guerra é representada e consumida visualmente, com um ciclo de 20 filmes e debates que contam com a participação de figuras como Rithy Panh, Leila Shahid ou Nida Ibrahim. O ciclo será acompanhado pela exposição inédita “Guerra e Paz”, com fotografias de Marie-Laure de Decker e Noël Quidu.
O ciclo “Palestina” parte em busca da memória e da resistência artística palestiniana através do cinema, da poesia e das artes visuais. Além da exibição de filmes, serão organizadas conversas com Elias Sanbar, Shlomo Sand, Simone Bitton e Elia Suleiman, entre outros.
Por fim, há um ciclo dedicado ao “Cinema Erótico – Desafiando os Limites”, com duas dezenas de filmes que exploram os desafios morais e os limites do corpo e do desejo. A curadoria é assinada por Denis Ruzaev e Ines Lopez Branco, e inclui um cine-concerto especial com a exibição da obra-prima Les Vampires de Louis Feuillade, em versão restaurada, acompanhada ao vivo pela Rodrigo Amado Unity.
Os 500 anos do nascimento de Camões, serão assinalados com um programa que combina poesia, música e cinema, com a estreia da cópia restaurada pela Cinemateca de “Camões” (1946), de Leitão de Barros, seguida de um debate.
O festival, que termina a 17 de novembro conta com vários momentos musicais.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.