Lançamento: O Infante Portugal e As Sombras Mutantes
Apresentada no VIII Festival Internacional BD de Beja, esta derradeira jornada d’O Infante Portugal encerra uma trilogia por José de Matos-Cruz, e inclui imagens alusivas de autores veteranos da banda desenhada portuguesa, bem como de novos talentos.(clica nas imagens para ampliar)[fbshare]
Aparecido em 2007 sob chancela Kafre, do autor, o livro inaugural (O Infante Portugal e As Tramóias Capitais) foi reeditado pela Apenas-Livros em 2010, a par com a publicação da segunda jornada (O Infante Portugal e A Íntima Capitulação), e tiveram lançamento no 21º Amadora BD. A saga, inspirada pela mitologia mágica nacional e, também, uma ode ao mundo de super-heróis e seus antagonistas, joga com cânones conhecidos do público, ao narrar as aventuras da personagem referencial nos meandros do submundo e de místicas intrigas lusitanas, e a sua identidade secreta – o impecável advogado Rui Ruivo – não passa desapercebida. Aqui, Lisboa é uma cidade imaginária, intemporal, onde se entrecruzam ou entrechocam alfacinhas solitários, vadios e boémios, cidadãos ilustres, paladinos fantásticos, jornalistas e filósofos, inquietos exilados, mulheres prodigiosas, infandos malfeitores e políticos ubíquos…
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Sinopse: A rotina sibilina de Lisboa é, imprevistamente, perturbada pela súbita ausência de Nero Faial, o impecável Curador da Fundação de Artes Narcisistas. Movem-se, então, ambições e frustrações – a par com bizarras aparências e intrusões, cuja evocação ou revelação abala a vivência e a memória de gente influente ou dos heróis urbanos. Um primordial Infante Portugal estranha, sobretudo, o inquietante apagamento de Vulcão – o seu mais implacável adversário, e paradoxal líder do submundo. E, como Rui Ruivo, perspectiva – no virtual ponto de intercepção entre aquela figura pública e este mestre marginal – uma subversão alegórica da realidade social e legal, que irá pôr em risco o próprio equilíbrio na vigência do tempo sobre a natureza das pessoas.
Ciclos, mutações. Segredos a descoberto, espíritos desprotegidos. Assim, sobrevém a decadência, crispam-se os desígnios – que, desafiando a dimensão mítica e prosaica, avassalarão o conflito entre luzes e trevas, numa vertigem onírica, irreversível. Suscitando turbulências, subjugando expectativas. Evoluindo a volúpia de outros prodígios e inquietudes…
Tormento, expiação. Sombras volúveis que se adensam sobre a hibridez diurna, espectros suspensos à deriva na fugaz cintilação do caos. A meio de um labirinto sem princípio nem destino. E o mistério da evidência ou da renúncia num coraçãojusticeiro. Entretanto, em tal crepúsculo aventuresco e imaginário, emerge o fulgor épico de Aurora Boreal – um misto fabuloso de candura e acinte, de arrebato e paroxismo, ao vibrar o elã cósmico com a matriz humana.
O Infante Portugal e As Sombras Mutantes (Apenas-Livros), por José de Matos-Cruz*, é ilustrado por Daniel Maia e Susana Resende, com Daniel Henriques como arte-finalista convidado. Participam, também, vários artistas de renome e diversos novos talentos, com visões alternativas e criativas do protagonista: Isabel Aboim, Filipe Abranches, Renato Abreu, Teotónio Agostinho, João Amaral, Ana Biscaia, Cação Biscaia, Richard Câmara, João David, Luís Diferr, Fernando Filipe, Sara Franco, José Garcês, Catherine Labey, Zé Manel, J. Mascarenhas, Pedro Massano, Baptista Mendes, Fernando Vilhena de Mendonça, Victor Mesquita, Susa Monteiro, Nuno Pereira, André Ruivo, José Ruy, Eugénio Silva, Augusto Trigo, Maria João Worm e Carlos “Zíngaro”.
(clica na imagem para ampliar)
O Infante Portugal e As Sombras Mutantes
(Apenas-Livros)
Autor: José de Matos-Cruz
Ilustrações: Daniel Maia, Susana Resende e outros
1ª Edição: Abril de 2012
Dept. Legal: 343759/12 | ISBN: 978-989-618-368-4
Livro de Prosa ilustrada | 164 páginas | PVP: 12,00€
*Sobre o autor: JOSÉ DE MATOS-CRUZ nasceu em Mortágua (1947) e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra (1973). Foi um dos pioneiros na divulgação da banda desenhada em Portugal, começando por editar um dos nossos primeiros fanzines, Copra (1972), e por co-fundar em Coimbra o grupo Boomovimento, que organizou uma das originais manifestações de BD do país, o designado I Encontro de Banda Desenhada Nacional (1973), na Figueira da Foz, além de promover vários eventos que sedimentaram a BD entre nós. Já em Lisboa, esteve na fundação do Clube Português de Banda Desenhada (1976), entre outros com Franklin Ferreira da Silva, e colaborou em diversas publicações estrangeiras (como El Globo, ¡Bang!, Comics Camp/Comics In, Sunday – Espanha, Il Fumetto – Itália, Falatoff – França).
É também editor de livros de poesia e prosa pela sua chancela, Kafre, tendo feito crítica de cinema e de BD em jornais e revistas desde os anos ’60; mais tarde, especializou-se com a coluna Quadradinhos no jornal A Capital (1983-2004) e em textos de investigação n’O Mosquito e álbuns das editoras Futura e Eseuve (Espanha), além de fundar e dirigir revistas de BD (Ploc!, Aleph), e colaborar regularmente no célebre Mundo de Aventuras. Mais recentemente, participou nos livros Vasco Granja: Uma Vida …1000 Imagens (Asa) e Fadas Láureas (Prime Books). Com uma extensa bibliografia, em edições individuais e colectivas, trabalhou na Cinemateca Portuguesa, sendo responsável pela Filmografia Portuguesa. Ainda no campo do audiovisual, foi precursor da áudio-descrição e assessor de produção e de programação na RTP, além de professor convidado na Escola Superior de Teatro e Cinema e docente na Licenciatura de Cinema da Universidade Moderna.
De volta à BD, reviveu a personagem de O Infante Portugal/Rui Ruivo – criada originalmente num conto de Os SobreNaturais, sequela ao livro Os EntreTantos (2003) – em saga com auto-edição por Kafre (2007), expandida e culminante na trilogia pela Apenas-Livros. Pelo contributo para a BD portuguesa e percurso de carreira, recebeu o Troféu do Júri do VIII Troféus Central Comics (2011), uma das várias distinções que tem granjeado pela dedicação às artes e às letras.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.