Jogos: White Day 2: The Flower That Tells Lies – Complete Edition – Análise

White Day 2: The Flower That Tells Lies – Complete Edition é um jogo que revela claramente as suas intenções. Pretende oferecer uma experiência aterradora, imersa na tensão atmosférica do seu antecessor, White Day: A Labyrinth Named School. Embora consiga criar um ambiente de terror, acaba por falhar em áreas-chave, deixando os jogadores com uma experiência mista que pode não satisfazer todos.

O maior trunfo do jogo é o seu cenário. A Escola Secundária Yeondu continua tão assustadora como sempre, com corredores escuros, sussurros misteriosos e visões perturbadoras que mantêm o jogador em alerta. Os desenvolvedores fizeram um excelente trabalho ao criar um ambiente que parece vivo com espíritos malévolos e segredos ocultos. O design da escola é intricado, e a atmosfera é opressiva, capturando a essência de um bom jogo de terror psicológico.

No entanto, a excessiva dependência do jogo em revisitar áreas já exploradas pode enfraquecer a experiência. Embora voltar a locais antigos com novos objetivos possa aumentar a tensão, também corre o risco de se tornar repetitivo, especialmente quando os sustos se tornam previsíveis. Esta escolha de design pode frustrar os jogadores que procuram uma experiência mais linear.

A narrativa de White Day 2 é ambiciosa, entrelaçando elementos do folclore coreano, horror sobrenatural e drama adolescente. A história é complexa, com múltiplos finais e caminhos de personagens que incentivam a rejogabilidade. Há muito para descobrir, e o jogo recompensa aqueles que prestam atenção aos seus detalhes.

No entanto, a execução pode ser irregular. O ritmo da história é, por vezes, desconexo, levando a momentos de confusão em vez de suspense. Os personagens, embora intrigantes, carecem da profundidade necessária para que as suas lutas emocionais ressoem totalmente com o jogador. A estrutura não-linear do jogo, embora interessante, pode também fazer com que a história pareça fragmentada, especialmente numa primeira jogada.

White Day 2 mantém a tradição da série de evitar o combate, concentrando-se em furtividade, exploração e resolução de puzzles. Esta abordagem pode criar momentos de verdadeiro medo, já que os jogadores precisam de recorrer à sua astúcia para sobreviver aos encontros com os habitantes fantasmagóricos da escola. Os puzzles, embora variados, podem por vezes parecer confusos, exigindo tentativa e erro que pode testar a paciência dos jogadores menos dedicados.

O jogo também sofre de IA inconsistente, o que pode levar a encontros frustrantes. Às vezes, os fantasmas são implacáveis na sua perseguição, enquanto noutras ocasiões parecem ignorar completamente o jogador. Esta falta de consistência pode quebrar a imersão e diminuir a tensão geral.

No lado técnico, White Day 2 luta para atingir os padrões esperados de um título para a PS5. Os gráficos, embora aceitáveis, não são particularmente impressionantes, e a iluminação do jogo—tão crucial para criar a atmosfera num jogo de terror—pode ser desanimadora. Problemas de desempenho, incluindo quedas de taxa de frames e bugs ocasionais, prejudicam ainda mais a experiência, fazendo com que o jogo pareça menos polido do que deveria.

White Day 2: The Flower That Tells Lies – Complete Edition é um jogo que mostra lampejos de brilhantismo, mas que, no final, luta sob o peso das suas próprias ambições. A atmosfera é excelente, e a história é intrigante, mas falhas técnicas, um ritmo irregular e elementos de jogabilidade frustrantes impedem-no de atingir as alturas do seu antecessor. Os fãs do original podem encontrar aqui algo para apreciar, mas os novos jogadores podem ficar a perguntar-se o que havia de tão especial. Este é um jogo que poderia ter sido excelente, mas que se contenta em ser apenas bom—uma experiência inquietante, mas não inesquecível.