Jogos: The Karate Kid: Street Rumble – Análise
The Karate Kid: Street Rumble dá uns bons socos para o ar, mas falha no embate final.
Jogo: The Karate Kid: Street Rumble
Disponibilidade: Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Plataforma testada: PlayStation 5
Estúdio: Odaclick Game Studio
Editora: GameMill Entertainment
Quando uma franquia de filmes amada como The Karate Kid dá origem a um jogo, as expectativas estão no auge. Karate Kid: Street Rumble entra em cena como o mais recente título a tentar fundir a narrativa clássica de artes marciais com a ação frenética dos jogos de luta modernos.
O jogo começa com uma campanha impressionante, recontando os eventos dos icónicos filmes The Karate Kid, enquanto introduz novas linhas temporais. O facto mais curioso, é definitivamente as personagens com que temos a oportunidade de nos aventurar, já que contém nome como Daniel LaRusso, Johnny Lawrence e até os interesses amorosos de Daniel, como Ali e Kumiko. Cada personagem tem um arco narrativo dedicado, que frequentemente se cruza com os outros, oferecendo aos jogadores uma mistura satisfatória de momentos nostálgicos e desenvolvimentos frescos.
Por conta das personagens, a narrativa acaba por ter um brilho maior. Os jogadores experienciam não só os conflitos do passado, mas também novas rivalidades. A dobragem, com algumas das vozes do elenco original, adiciona autenticidade, embora a escrita, por vezes, acabe por ir de encontro a clichés previsíveis. No entanto, o coração da saga Karate Kid—resiliência, disciplina e crescimento pessoal—bate forte ao longo da história.
Karate Kid: Street Rumble é primariamente um brawler 3D. A mecânica de luta é uma mistura de combos simples, movimentos especiais e interações com o ambiente. Os veteranos do género vão apreciar a profundidade oferecida pelo sistema de combate do jogo, mas os novatos podem achar tudo um pouco esmagador de início.
O jogo oferece vários estilos para refletir a disciplina de luta de cada personagem. Os movimentos de Daniel são baseados no karaté tradicional, com ênfase em contra-ataques e manobras defensivas, enquanto o estilo agressivo e direto de Johnny é mais focado no ataque. O combate é fluido e responsivo, mas algumas animações rígidas durante os momentos mais intensos quebram a imersão, especialmente quando a câmara luta para acompanhar o ritmo frenético.
Um dos destaques principais é o uso dos ambientes nos cenários de combate. Quer estejas a lutar no Torneio All Valley, num beco ou numa praia ensolarada, as arenas são interativas. Os jogadores podem arremessar os oponentes contra paredes, partir mesas ou até usar objetos como armas improvisadas. Estes elementos adicionam variedade à ação de luta.
Visualmente, Karate Kid: Street Rumble faz um trabalho admirável em capturar o visual e o sentimento da era dos anos 80. As personagens são desenhadas com grande atenção aos detalhes e parece que estamos de volta ao imaginário da trilogia original.
A banda sonora inclui versões remix dos temas clássicos de Karate Kid, incluindo uma rendição da “You’re the Best” de Bill Conti fabulosa. Os efeitos sonoros, desde o som de um pontapé bem cronometrado ao som de um impacto forte no chão, são satisfatórios, embora a dublagem, especialmente com personagens secundários, tenha altos e baixos.
No entanto, o ponto alto do jogo é mesmo o multijogador, já que é possível completar toda a aventura com a ajuda de mais três amigos, adicionando assim uma camada de dificuldade diferente.
Apesar dos seus pontos fortes, Karate Kid: Street Rumble tropeça em algumas áreas. A IA no modo história pode ser inconsistente, sendo por vezes frustrantemente difícil ou, pelo contrário, exageradamente fácil. Os modos de jogador único, embora envolventes para os fãs, podem parecer superficiais para quem não conhece a franquia.
Além disso, o conteúdo de lançamento parece um pouco limitado, especialmente em termos de variedade de movimentos e personagens.
Karate Kid: Street Rumble oferece uma experiência sólida de artes marciais, com fan service suficente para manter os entusiastas de Karate Kid investidos. A mistura de narrativa nostálgica, mecânicas de luta bem conseguidas e ambientes interativos fazem deste um jogo que vale a pena jogar, especialmente para quem cresceu com a franquia.
Nota: 6,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.