Jogos: The Bridge Curse 2: The Extrication – Análise
The Bridge Curse 2: The Extrication oferece uma experiência de terror potente que combina o folclore do Taiwan, mecânicas de sobrevivência e narrativa cinematográfica numa jornada imersiva em primeira pessoa.
Jogo: The Bridge Curse 2: The Extrication
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Estúdio: SOFTSTAR ENTERTAINMENT
Editora: PQube, Gamera Games
A história centra-se no folclore infame da Universidade Wen Hua e num projeto de filme de terror estudantil que corre terrivelmente mal. Numa tentativa de reviver antigos mistérios do campus, um grupo audacioso de estudantes organiza a “Feira dos Horrores” dentro do sombrio edifício Da Ren, que se diz estar amaldiçoado. Mas à medida que as câmaras começam a filmar, os estudantes deparam-se com algo muito mais sombrio do que imaginavam. À medida que os jogadores mergulham nesta perigosa caçada com forças sobrenaturais, rapidamente percebem que a ficção se tornou realidade. As raízes culturais taiwanesas do jogo dão-lhe uma autenticidade única, distinguindo-o dos títulos de terror ocidentais. O campus inquietante de Wen Hua, com os seus corredores sinuosos e corredores assombrados, parece vivo com segredos à espera de serem desvendados. A atmosfera é meticulosamente trabalhada, com cada detalhe – desde o piscar das luzes aos sussurros arrepiantes – a trabalhar para desfocar a linha entre lenda e realidade assustadora.
The Bridge Curse 2 é uma experiência de terror de sobrevivência em primeira pessoa que gira em torno de furtividade, resolução de quebra-cabeças e gestão de recursos limitados. Joga com quatro personagens diferentes: Sue Lian, uma repórter ansiosa por obter um exclusivo sobre os acontecimentos sobrenaturais da universidade, e três estudantes cuja investigação desmorona numa espiral de terror. Cada personagem traz uma perspetiva única, adicionando camadas à história enquanto percorres o campus pelos seus olhos. Juntos, descobrem a história retorcida das assombrações de Wen Hua, enquanto tentam sobreviver contra fantasmas implacáveis.
O aspeto de sobrevivência é ao mesmo tempo angustiante e intenso. Enquanto os espíritos te perseguem pelos corredores labirínticos, cada som e sombra conta. Não há forma de lutar – apenas correr, esconder e usar distrações improvisadas ou artefactos sagrados para desviar os perseguidores do teu rasto. Esta sensação de impotência intensifica o terror, obrigando-te a mover-te furtivamente, prender a respiração e rezar para que os fantasmas não ouçam os teus passos.
Para além de escapar aos teus perseguidores espectrais, The Bridge Curse 2 oferece uma série de quebra-cabeças intrincados que aprofundam a experiência. Cada quebra-cabeça é inteligentemente desenhado, oferecendo contexto aos mistérios que se vão revelando e desafiando os jogadores a prestar atenção aos detalhes no ambiente. Vais procurar pistas escondidas em objetos espalhados pelo campus, cada um deles fornecendo uma parte da história. Examinar estes objetos é essencial, pois muitos escondem informações vitais para desvendar a conspiração em Wen Hua.
A complexidade dos quebra-cabeças é bem equilibrada – são suficientemente desafiantes para te manterem em alerta, mas raramente tão difíceis ao ponto de interromper o fluxo do jogo. Embora alguns possam abrandar o ritmo, cada um oferece uma sensação satisfatória de descoberta e conhecimento sobre a mitologia envolvente da universidade.
As personagens em The Bridge Curse 2 são memoráveis e envolventes, adicionando peso emocional à experiência de terror. Sue Lian é determinada, mas vulnerável, trazendo uma curiosidade que atrai os jogadores mais fundo no mistério. Os seus colegas estudantes têm personalidades distintas.
Os fantasmas são variados, cada um com comportamentos e motivações únicas que os tornam ainda mais assustadores. Eles não se limitam a espreitar nos cantos; eles caçam ativamente, transformando o jogador de observador em presa. A perseguição constante e os sons dos seus passos ecoando pelos corredores criam um ambiente que se sente verdadeiramente perigoso, puxando o jogador ainda mais para o mundo do jogo. Aliás, o grande destaque são mesmo os fantasmas, desde o excêntrico Sargento Huang até à assustadoramente silenciosa Bailarina Louca, que personifica alguns dos encontros mais aterrorizantes do jogo.
The Bridge Curse 2 destaca-se com os seus visuais atmosféricos e design de som. Os corredores desertos da Universidade Wen Hua estão lindamente renderizados, mas são igualmente aterrorizantes, banhados numa iluminação ténue que faz as sombras dançarem nas paredes. Os efeitos visuais são subtis, mas eficazes, intensificando a tensão sem recorrer a sustos fáceis. Combinados com o design de som do jogo, que inclui murmúrios fantasmagóricos, passos distantes e ruídos de fundo inquietantes, o jogo oferece uma experiência sensorial aterrorizante.
O ambiente sonoro é meticulosamente trabalhado, com cada rangido e eco a intensificar a atmosfera. Vais encontrar-te a prender a respiração enquanto te esforças para ouvir os fantasmas a aproximarem-se, tornando cada encontro ainda mais assustador. A banda sonora do jogo é igualmente eficaz, adicionando um tom ameaçador que cresce à medida que avanças na história.
Em conclusão, The Bridge Curse 2: The Extrication é um jogo de terror profundamente atmosférico que mistura habilmente folclore, mecânicas de sobrevivência e uma história arrepiante. É uma experiência que nos deixa na ponta do sofá, desafiando os jogadores a escapar aos horrores que espreitam na Universidade Wen Hua enquanto desvendam uma conspiração sinistra.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.