Jogos: Snezhinka – Análise
Num mercado repleto de shooters e roguelites, Snezhinka tenta destacar-se, mas em vão.
Jogo: Snezhinka
Disponível para: PC, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedor: hinyari9
Editora: Playism
Se houve algo que, para mim, se destacou em Snezhinka, foi o facto de tentar misturar vários géneros, combinando ação frenética, elementos de tower defense e uma narrativa algo sombria. No entanto, acabou por ficar bastante aquém das expectativas.
A trama de Snezhinka coloca os jogadores no papel da protagonista homónima, que se junta a uma companhia militar privada para encontrar a irmã desaparecida. O cenário não poderia ser mais distópico: uma guerra sem fim, um governo opressor que suga os cidadãos até à última moeda e um sistema que transforma soldados em peças descartáveis. Ao longo do jogo, as escolhas do jogador influenciam o rumo da história, conduzindo a diferentes finais que, infelizmente, não são propriamente otimistas.
Apesar do seu potencial narrativo, a curta duração do jogo e o seu ritmo acelerado impedem que os temas mais pesados sejam devidamente aprofundados. As interações com personagens secundárias introduzem pequenas variações na narrativa, mas a sensação que fica é a de que a história poderia ter sido explorada de forma mais envolvente.
A essência de Snezhinka é simples e direta: um shooter 2D onde o jogador deve impedir vagas de robôs inimigos de destruírem o seu objetivo. Com um arsenal que vai desde pistolas a lança-granadas, o combate é rápido e satisfatório, mas pode tornar-se repetitivo ao fim de algumas horas de jogo.
Além da ação principal, o jogo introduz mecânicas interessantes, como a necessidade de gerir recursos financeiros. Cada missão concluída rende dinheiro, mas uma parte significativa é consumida por impostos e taxas militares. O jogador deve equilibrar os gastos entre novas armas, melhorias e a contratação de aliados, que influenciam tanto o combate como a progressão narrativa.
No entanto, o sistema de mira pode ser problemático, especialmente para quem joga com comando. A ausência de uma opção para ajustar a sensibilidade do analógico prejudica a fluidez da experiência em certos momentos.
Visualmente, Snezhinka aposta num estilo pixelado detalhado, com animações bem conseguidas e um design de personagens carismático. O contraste entre os ambientes destruídos e a estética inspirada em anime funciona bem, ajudando a reforçar o tom sombrio da narrativa. A banda sonora, por sua vez, combina faixas intensas que complementam a ação frenética, mas não chega a ser memorável.
Snezhinka é um jogo compacto e ágil, perfeito para sessões curtas. A sua jogabilidade acessível e ação frenética são os seus pontos fortes, enquanto a narrativa, embora interessante, acaba por ficar em segundo plano devido à estrutura acelerada do jogo.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.