Jogos: Self-Delusion – Análise
Em Self-Delusion, o terror é apenas um tema, que serve como pano de fundo a uma história fraca.
Jogo: Self-Delusion
Disponível para: Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Estúdio: RollingBread
Editora: Sometimes You
Se existiu algo que me impressionou em Self-Delusion foi o facto de ter escolhido o folclore eslavo como pano de fundo, levando os jogadores a um mundo de criaturas arrepiantes tiradas das páginas de contos antigos. Somos confrontados com monstros como o Kolobok, o Leshy, o Boggart e o Lapot, todos prontos para te manter no limite, onde a piedade é um conceito inexistente.
Situado num ambiente denso e atmosférico que exala mitologia eslava, Self-Delusion começa com uma sensação de medo que se intensifica a cada cena. O design do jogo faz justiça às suas raízes eslavas, com detalhes intrincados e perturbadores em cada localização, que fazem os jogadores sentirem que tropeçaram num mundo alternativo, belo mas terrível. Uma casa de aldeia assombrada e outros locais arrepiantes tornam-se centrais neste horror baseado na exploração, tentando o jogador a descobrir os seus segredos sombrios enquanto simultaneamente desejas não ter olhado com tanta atenção.
Uma das características de destaque em Self-Delusion é o design dos seus monstros aterradores e únicos. As criaturas neste jogo não são apenas visualmente horríveis; elas também possuem comportamentos variados e desafiadores, controlados por IA, que tornam cada encontro um pesadelo imprevisível. Os jogadores rapidamente percebem que as tácticas tradicionais de sobrevivência precisam de ser adaptadas; cada monstro tem as suas fraquezas, forças e padrões de ataque únicos.
O ritmo do jogo é, no mínimo, interessante. Com uma mistura de exploração, esconderijos e corridas contra o tempo, cada cena é tensa e consegue manter-se nova a cada momento. Cada encontro com estas criaturas monstruosas exige decisões instantâneas, e escolher o caminho de fuga ou esconderijo errado pode custar caro. Self-Delusion oferece uma variedade de definições de dificuldade, permitindo que os jogadores ajustem a experiência de acordo com a sua preferência, quer isso signifique uma narrativa de terror mais imersiva ou enfrentar os desafios mais brutais e implacáveis.
A história, por seu lado, é dos pontos mais fracos, mesmo convidando os jogadores a mergulharem no folclore e a compreenderem o mundo aterrador em que estão presos. Acaba por ser um festival de sustos; já que a narrativa não mantém o jogador envolvido, sendo bastante simples. No entanto, oferece alguns finais alternativos, o que trás a falsa sensação de querer voltar a jogar o jogo.
Resta concluir que, Self-Delusion mostra alguns elementos curiosos através do folclore eslavo, mas acaba por falhar na sua execução, já que se torna um jogo de terror bastante básico até para o seu próprio bem.
Nota: 5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.