Jogos: Pocket Bravery – Análise
Pocket Bravery é a verdadeira definição de nostalgia dos arcades com um toque moderno.
Jogo: Pocket Bravery
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedor: Statera Studio
Editora: PQube
Sinto que Pocket Bravery chegou como uma verdadeira carta de amor aos clássicos jogos de luta em 2D, mas com uma identidade própria. Inspirado por franquias da SNK e da Capcom, este jogo brasileiro aposta num visual pixelizado em estilo chibi, mecânicas acessíveis e uma campanha rica em narrativa, com o objetivo de atrair tanto veteranos como novatos.
A primeira impressão que Pocket Bravery deixa é o seu forte apelo visual e cultural. Com personagens de diferentes nacionalidades e um estilo artístico marcante, o jogo apresenta combates dinâmicos e uma ambientação que mistura a nostalgia dos velhos flippers com um toque moderno. A arte pixelizada, embora não tão detalhada como a de outros títulos do género, encaixa bem na proposta e contribui para o charme retro.
O modo história é, sem dúvida, um dos maiores destaques. Longe de ser apenas um pretexto para justificar os combates, funciona como um tutorial interactivo. O jogador acompanha a jornada de Nuno, um ex-membro de uma organização criminosa, enquanto aprende gradualmente os comandos e habilidades do jogo. A estrutura está bem conseguida, com cenas entre as lutas, minijogos e batalhas com condições específicas, proporcionando uma experiência mais rica do que o habitual no género.
Além disso, Pocket Bravery oferece uma boa variedade de modos: arcade, versus, combo challenges, combo factory e opções online. Apesar de o elenco de lutadores não ser muito extenso, cada personagem tem mecânicas distintas, o que aumenta a rejogabilidade. O sistema de combate é robusto, com elementos como golpes EX, especiais, counters e o sistema Breaker para escapar de combos — tudo bem explicado nos tutoriais.
Outro ponto positivo é o cuidado com a acessibilidade. Seguindo as tendências actuais, o jogo oferece esquemas de controlo clássicos e modernos, facilitando a vida a quem ainda está a dar os primeiros passos no género. Tudo isto é complementado por vozes em português e menus localizados, o que reforça o seu apelo nacional.
No entanto, nem tudo são rosas. A versão para Nintendo Switch sofre com quebras de framerate, congelamentos e bugs, especialmente no modo arcade e durante combates mais intensos. As partidas online são afectadas por lag severo, e problemas como comandos que não respondem ou personagens trocados aleatoriamente comprometem a jogabilidade. A ausência de banda sonora ou efeitos sonoros em algumas cenas do modo história também causa alguma estranheza.
Em resumo, Pocket Bravery é um jogo com uma jogabilidade sólida, um modo história surpreendentemente elaborado e um respeito genuíno pelas raízes do género. No entanto, para brilhar verdadeiramente, necessita urgentemente de correcções técnicas na versão Switch.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.