Jogos: Kong: Survivor Instinct – Análise
Kong: Survivor Instinct apresenta-nos uma aventura totalmente nova no Monsterverse, mas falha em certos pontos.
Jogo: Kong: Survivor Instinct
Disponível para: PlayStation 5, PlayStation 4, PC, Xbox Series
Plataforma testada: PlayStation 5
Estúdio: 7LEVELS
Editora: 7LEVELS
Situado logo após os eventos de Godzilla vs. Kong (2021), Kong: Survivor Instinct consegue ligar-se de forma eficaz à narrativa mais ampla do Monsterverse. Os jogadores assumem o papel de David, um trabalhador de uma plataforma petrolífera que se vê a navegar pelas ruínas de uma cidade devastada pelos Titãs. Com a sua filha perdida no meio do caos, David terá de atravessar um mundo cheio de ameaças, tanto humanas quanto titânicas, encontrando outros sobreviventes e descobrindo um plano orquestrado por uma personagem que os fãs irão reconhecer facilmente.
O jogo faz um excelente trabalho ao evocar a magnitude do desastre. À medida que David avança pelos distritos em colapso, sente-se o terror e a admiração inspirados pelos Titãs, desde a majestade de Kong até à presença ameaçadora de novas criaturas, sendo o Abaddon, uma criação titânica feita especialmente para este jogo, o mais notável. A relação entre pai e filha que impulsiona a história é o ponto emocional de ligação num mundo onde a vida humana parece insignificante em comparação com tanta destruição. As apostas pessoais mantêm os jogadores focados em meio ao espetáculo colossal, tornando a jornada não só urgente, mas também profundamente emocional.
Kong: Survivor Instinct combina ação de sobrevivência e exploração metroidvania, com os jogadores a navegar por um cenário urbano perigoso, recolhendo recursos e resolvendo quebra-cabeças ambientais. Os edifícios em colapso, os vazamentos tóxicos e os incêndios descontrolados criam uma sensação constante de tensão. Cada passo parece arriscado, especialmente com os Titãs a pairarem sobre o horizonte ou a batalharem ao fundo.
O que distingue este jogo é o uso de um dispositivo que prefiro não mencionar, mas que se torna uma mecânica central já que permite aos jogadores influenciar o comportamento dos Titãs. Em vez de serem apenas inimigos ou elementos de fundo, estas criaturas colossais tornam-se ferramentas que os jogadores podem manipular. A capacidade de direcionar Kong ou desviar o ataque de um Titã para resolver quebra-cabeças ambientais é emocionante e acrescenta um toque inovador à fórmula metroidvania.
O combate, embora envolvente, baseia-se mais na capacidade de improviso de David do que em força bruta. Armados com armas improvisadas e ferramentas encontradas, os jogadores terão de se defender tanto de inimigos humanos, como os mercenários de Jonah, quanto de monstros menores. O combate é realista e exigente, com cada encontro a parecer mais uma luta pela sobrevivência do que um combate tradicional, reforçando a vulnerabilidade do protagonista num mundo dominado por gigantes.
A representação dos Titãs no jogo é uma das suas maiores forças. A sensação de escala é impressionante, com Kong e outras super-espécies a dominarem o cenário. Os encontros com os Titãs variam em intensidade. Por vezes, são ameaças distantes, uma sombra no horizonte ou um rugido que ecoa à distância. Noutras ocasiões, estão diretamente envolvidos em quebra-cabeças ou cenários de combate, onde o seu tamanho e poder podem tanto ajudar como dificultar o progresso do jogador. Esta interação dinâmica com os Titãs acrescenta uma camada de imprevisibilidade ao jogo.
O mundo de Kong: Survivor Instinct é um belo caos. A cidade, devastada pelas batalhas dos Titãs, é um labirinto de arranha-céus desmoronados, ruas obstruídas por destroços e infraestruturas em ruínas. O design 2.5D do jogo permite ambientes detalhados e com várias camadas, que incentivam a exploração. Caminhos escondidos e áreas bloqueadas são muitas vezes revelados através da manipulação inteligente dos Titãs, recompensando os jogadores mais atentos e pacientes.
Embora a história e o mundo sejam cativantes, o ritmo do jogo por vezes pode parecer irregular. Algumas secções arrastam-se devido a combates demasiado difíceis ou quebra-cabeças que se tornam mais frustrantes do que desafiantes.
Resta concluir que, Kong: Survivor Instinct é um título ambicioso que consegue imergir os jogadores no caos do Monsterverse. A combinação de mecânicas fazem deste um jogo envolvente que se destaca dentro da franquia, mesmo que não seja isento de falhas.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.