Jogos: Hogwarts Legacy – Análise

Hogwarts Legacy chegou para demonstrar uma nova experiência no universo de Harry Potter. Mas cumprirá com o que diz que iria fazer?

Primeiramente, gostava de abordar um pequeno assunto: a polémica à volta da J.K.Rowling. Longe de mim concordar com o que ela diz e que deixou a comunidade LGBTQA+ em alvoroço. No entanto, acho que por vezes é necessário distinguir a arte do artista. Quantos de nós não crescemos com as aventuras de Harry Potter? Quantos de nós não fomos engolidos por este mundo mágico? Considero o boicote feito ao jogo algo malicioso, porque existem pessoas que estão a ser “canceladas” pelo mundo todo por causa de simplesmente o jogarem. Simplesmente não concordo com esta cultura de cancelamento. No entanto, se estão a ler este artigo é para lerem sobre o jogo, e é isso que vos trago.

Bem-vindo a Hogwarts no século XIX! A personagem, que pode ser criada no início e depois alterada com o passar do tempo, é um jovem que chega já no seu 5º ano à escola de magia mais conhecida do mundo. Porém, este jovem tem um pequeno segredo: consegue ver magia antiga, e como tal, poderá decidir o futuro dos feiticeiros. Temos aqui uma história que nos agarra logo nos primeiros minutos e teima em não nos largar, principalmente porque faz questão de nos fazer pensar nela em momentos variados do dia, mesmo que não estejamos a jogar. Dentro de Hogwarts, podemos escolher a nossa casa e em Hogsmeade adquirir a nossa varinha, mas, o que importa mesmo são as personagens! Por um lado, temos amigos de todas as casas, independentemente da que escolhermos. Nunca neste universo tínhamos vistos tamanha confraternização entre casas, o que pode soar um pouco ao início, mas ao passar do tempo começa a entranhar-se nas nossas ações.

Em termos de jogabilidade, é um RPG de ação em que temos de completar várias missões com a ajuda dos nossos poderes. Para tal, é preciso desbloquear certos feitiços, adquiridos através de aulas ou em “aulas-suplementares” dadas pelos nossos professores, para conseguirmos acompanhar os nossos colegas do quinto ano. Porém, também aprendemos a voar em vassouras, o que torna o jogo mais emocionante. Por razões da história, o Quidditch, jogo que estamos habituados a ver presente e associamos à franquia, não está presente, mas existem certas bolas que vemos no popular desporto a aparecerem ao longo do jogo. Além disso, ao subirmos de nível vamos poder desbloquear certas habilidades que nos podem ajudar ao longo do nosso percurso. Breve destaque também para o facto de podermos visitar a prisão dos feiticeiros, Azkaban, algo que nunca tinha sido feito.

Graficamente, também é um jogo belo. Tudo aquilo que nos lembramos do universo de Harry Potter está presente, seja os feitiços ou as criaturas mágicas que já vimos em filme, ou lemos nos livros. É um mundo complexo, cheio de rotas que podemos seguir, mas, cada vez que descobrimos algo novo temos uma sensação de felicidade, pois é uma coisa nova que podemos ver ou fazer. A população de Hogwarts também é abastada e, por vezes, podemos chocar contra os nossos colegas ou professores, mas nada de mais, já que torna o jogo ainda mais interativo.

Em termos sonoros, é um brilharete. Se por um lado, temos a possibilidade de vermos todo o trabalho gráfico, se juntarmos o som fica uma experiência ainda mais completa. Chega ao ponto de encontrarmos gatos ao longo do nosso caminho e, se pararmos para lhes fazer uma festa, o comando treme e ouvimos o ronronar de tal gato. Simplesmente fantástico. No entanto, se estivermos a meio de uma conversa e lançarmos um feitiço podemos não ouvir a nossa personagem a falar o nome do feitiço.

Resta concluir que, Hogwarts Legacy é aquilo que prometia e muito mais. Um jogo para fãs de Harry Potter, para fãs de videojogos e até mesmo para curiosos. Não vão encontrar o Rapaz Que Sobreviveu, mas, vão encontrar uma aventura mágica de chorar e pedir por mais.

Nota Final: 10/10