Jogos: Deep Beyond – Análise
Deep Beyond oferece uma aventura compacta, visualmente envolvente, e apresenta-se como uma experiência narrativa curta, que tenta combinar puzzles leves com uma história de mistério e exploração.
Jogo: Deep Beyond
Disponibilidade: PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Microsoft Windows, Xbox Series
Plataforma testada: Nintendo Switch
Estúdio: Avix Games
Editora: Purple Play
Nesta aventura, o jogador assume o papel de Lilly, uma jovem que parte em busca de um tesouro lendário, acompanhada pelo seu fiel cão, Chester. Embora o jogo tenha um enredo simples, o seu maior destaque é o design visual minimalista e a abordagem focada na jogabilidade.
A história é direta e, para alguns, previsível. Lilly começa por explorar o fundo do mar em busca de relíquias, mas rapidamente a narrativa vira para algo mais sombrio, com a introdução de vilões. No entanto, sinto que o enredo carece de profundidade emocional e o “twist” final é fácil de adivinhar, com o desfecho a não fazer muito sentido. Além disso, o tempo de jogo, que é curto, acaba por limitar o desenvolvimento narrativo.
O ponto mais forte de Deep Beyond está, sem dúvida, no seu estilo visual. Nota-se uma clara inspiração pelo estilo monocromático de jogos como Return of the Obra Dinn, onde somos brindados com uma paleta de cores limitada—dominada por cinzentos, azuis profundos e laranjas— que cria uma atmosfera única, simultaneamente fria e envolvente. Os cenários são simples, mas eficazes, com os objetos interativos destacados por cores fortes que guiam o jogador. Esta simplicidade visual, aliada a um estilo gráfico de baixa resolução, torna a exploração agradável.
Em termos de jogabilidade, acaba por ser também muito à base de puzzles. Os puzzles que aparecem ao longo do jogo servem principalmente para diversificar as secções de caminhada, mas não representam grandes desafios. São tarefas simples, como rodar objetos ou alinhar estruturas, com pistas de cores que tornam difícil ficar preso. Embora ajudem a evitar que o jogo se torne monótono, não são suficientemente memoráveis para se destacarem.
Por fim, gostava de falar de Chester, aquele que definitivamente é o melhor destaque do jogo. Chester acompanha Lilly durante toda a aventura, e a sua presença dá uma sensação de companhia num ambiente de outra forma mecânico e frio. O trabalho de voz, embora não seja extraordinário, é satisfatório e ajuda a dar alguma identidade às personagens principais. No entanto, a falta de um maior desenvolvimento emocional nas personagens limita qualquer ligação mais profunda à história.
Resta concluir que, Deep Beyond é um jogo que compreende as suas limitações. Ao manter a experiência curta e focada, evita prolongar-se demasiado. O estilo visual e os elementos de puzzle proporcionam uma experiência agradável, ainda que breve, especialmente para os fãs de jogos narrativos ou simuladores de caminhada. No entanto, a história superficial e a falta de profundidade emocional podem deixar alguns jogadores com vontade de algo mais substancial.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.