Jogos: Concord – Análise
Concord tenta ser uma opção no mundo dos hero shooters, mas acaba por falhar em demasiados campos.
Entrar no mundo dos hero shooters não é tarefa fácil. Com tantos competidores no ramo há anos, olhando principalmente para Overwatch que ajudou a impulsionar esta febre, que já subiu e caiu em termos de popularidade, é natural que a tarefa da Firewalk Studios não se avizinhasse fácil. Mas, a realidade é muito diferente.
Confesso que, uma das características mais interessantes de Concord são os “deployables” persistentes—almofadas de cura, escudos e paredes que permanecem no campo de batalha entre rondas e reaparecimentos, a menos que sejam destruídos.
Esta mecânica incentiva um jogo estratégico e a troca de personagens, o que pode ser uma abordagem inovadora e interessante para alguns jogadores. Por exemplo, os jogadores podem construir fortificações que persistem ao longo de várias rondas, criando cenários de batalha dinâmicos e em constante evolução. No entanto, essa funcionalidade também pode ser vista como excessivamente complexa ou um tanto forçada, potencialmente afastando jogadores que preferem uma jogabilidade mais direta.
Apesar dessas mecânicas inovadoras, Concord tem lutado para se destacar no competitivo mercado de FPS. Um dos principais problemas é a falta de uma identidade distinta que ressoe com a comunidade em geral. Enquanto jogos como Valorant (que agora tem versão para consolas) ou Apex Legends podem ser facilmente descritos em termos da sua linhagem e estilo de jogo, Concord carece dessa identidade clara e comercializável. Isto, juntamente com o fato de ter sido lançado com um preço relativamente elevado num mercado saturado de alternativas gratuitas, dificultou a atração e retenção de uma grande base de jogadores.
Além disso, as personagens parecem todas iguais. Num hero shooter devemos jogar com personagens que tem formas e estilos diferentes de jogo, mas não senti isso em Concord. O que senti foi que andavam ali cópias de outras personagens em combate entre eles, sem oferecer nada de especial. E, em termos de controlos, mesmo estando adaptados ao comando, senti que era necessário um maior esforço para dominar o campo de batalha.
Em resumo, Concord é um jogo com ideias interessantes e mecânicas sólidas que, infelizmente, luta com o seu posicionamento no mercado e a receção inicial dos jogadores. Para aqueles dispostos a olhar para além das dificuldades do lançamento, Concord oferece uma reviravolta única no género de hero shooter, mas o seu futuro dependerá de conseguir definir uma identidade mais clara e atrair uma base de jogadores mais dedicada.
Nota: 6/10
Concord está disponível para PlayStation 5 (versão jogada) e PC
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.