Jogos: Camp Sunshine – Análise
Camp Sunshine aterra mesmo a tempo do Halloween com a premissa de trazer uma história aterrorizante e um assassino imprevisível para as consolas.
Jogo: Camp Sunshine
Disponível para: PC, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series, PlayStation 4, PlayStation 5
Plataforma testada: Nintendo Switch
Estúdio: Fossil Games
Editora: Hound Picked Games
Não é segredo nenhum que sou fã de variadas franquias de terror. No entanto, sou particularmente fã do sub-género de slasher. Ao contrário de uma vasta maioria do conteúdo baseado na temática, ao invés de termos uma qualquer aparição fantasmagórica a assombrar os protagonistas, temos um assassino frio e cruel, o que dá um pouco uma sensação de maior realismo (mesmo tendo em conta todas as troupes que fazem com que se tornem bastante exagerados) e, por isso mesmo, Camp Sunshine acabou por tocar um pouco nos meus gostos.
Algo que se nota logo à partida é que Camp Sunshine inspiração dos filmes clássicos de terror dos anos 80, especialmente dos slashers como Friday the 13th, mantendo ao mesmo tempo uma sensação nostálgica retro graças aos gráficos em estilo 16-bit. A narrativa de Camp Sunshine começa com uma premissa simples, mas eficaz. Somos enviados para o Camp Sunshine, que tem um passado sombrio ligado a eventos trágicos. Do nada, um assassino aparece e começa a retalhar tudo e todos.
O jogo destaca-se na criação de uma atmosfera arrepiante que se torna cada vez mais perturbadora à medida que exploras o acampamento. Cada canto do acampamento, desde as cabanas até ao refeitório, está repleto de mistério, com notas, diários e pistas espalhadas que vão revelando lentamente a história trágica do lugar. Há uma verdadeira sensação de tensão, especialmente porque o assassino pode aparecer de forma inesperada a qualquer momento. Esta mistura de mistério e terror mantém os jogadores envolvidos, enquanto tentam montar as peças da história ao mesmo tempo que evitam o destino sangrento de outros campistas. Além de que se nota que, o tema slasher dos anos 80 está bem presente, com uma estética de fitas VHS, diálogos campy e clichés propositados do género. A história pode não ser revolucionária, mas está bem integrada no jogo, oferecendo momentos de medo e descoberta em igual medida.
Em termos de jogabilidade, Camp Sunshine combina elementos de sobrevivência com exploração e resolução de puzzles leves. O teu objetivo principal é recolher itens e descobrir pistas enquanto te manténs fora do campo de visão do assassino, pois não existe forma de lutar. O assassino pode aparecer em intervalos aleatórios, fazendo com que cada momento seja perigoso. Esconder-se em armários ou correr é a tua única estratégia de sobrevivência.
O jogo oferece um mapa extenso de locais interligados, e a exploração é fundamental para o sucesso. Vais precisar de encontrar itens-chave, como lanternas e baterias, para navegar nas áreas escuras do acampamento. O jogo usa um ciclo de dia-noite, que não só adiciona à atmosfera, mas também influencia a jogabilidade. À noite, o acampamento torna-se muito mais perigoso, com o assassino mais ativo, e certos itens ou pistas só estão disponíveis em momentos específicos.
Embora a exploração possa ser divertida e recompensadora, a jogabilidade ocasionalmente torna-se repetitiva devido à limitação de mecânicas. Os puzzles não são particularmente desafiantes e, apesar da imprevisibilidade do assassino manter o jogador alerta, a tensão inicial pode dissipar-se após encontros repetidos.
Além disso, um elemento único é o humor do jogo. Apesar do seu tema de terror, Camp Sunshine inclui momentos de humor negro e diálogos divertidos que aligeiram a atmosfera.
Em termos técnicos, Camp Sunshine brilha no seu estilo nostálgico de 16 bits. O estilo de arte em pixel, reminiscente de RPGs da velha guarda como Earthbound ou The Legend of Zelda, contrasta fortemente com os elementos de terror, criando uma mistura visual única. Os terrenos do acampamento estão bem desenhados, com variedade suficiente nos ambientes para manter a exploração interessante. Embora simples, os sprites das personagens e as animações são eficazes a transmitir emoções, particularmente nos momentos de gore e violência, quando o jogo opta por salpicos súbitos de sangue no meio dos visuais pixelizados.
A banda sonora também desempenha um papel crucial na criação da atmosfera do jogo. A música oscila entre o lúdico e o profundamente perturbador, dependendo da situação. Quando o assassino está por perto, o áudio intensifica-se, alertando-te para o perigo iminente, o que acrescenta à tensão. Os efeitos sonoros, como os passos ecoantes ou sussurros arrepiantes, aumentam a imersão.
Resta concluir que, Camp Sunshine é uma carta de amor aos filmes slasher dos anos 80, embrulhada num pacote nostálgico de arte em pixel. A sua atmosfera e cenário são os seus pontos mais fortes, oferecendo uma experiência de terror envolvente para fãs do género.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.