Jogos: Análise – Lake, Dread Templar e SkateBIRD
Hoje trazemos uma ronda de análises de videojogos que têm saído recentemente, entre os quais a história dramática de Lake, o caótico Dread Templar e o curioso SkateBIRD.
Lake
Em 2021 podemos dizer com toda a certeza que os videojogos são um dos meios de entretenimento mais versáteis, tendo tido uma evolução enorme nas últimas décadas, podendo haver algo para toda a gente. Desde simuladores de empregos, a jogos de acção onde a vida e a morte acontecem, todos têm a possibilidade de escolher algo para o ritmo deles.
A proposta do recentemente lançado Lake da Whitethorn Games e da Gamious é uma que nos leva por um caminho mais calmo, enquanto vestimos a pele de Meredith Weiss, uma mulher que regressa à sua pequena cidade de Providence Oaks em Oregon durante duas semanas, a substituir o seu pai que é o carteiro da terrinha.
Existem inúmeras tarefas a cumprir, desde da entrega de encomendas, à descoberta dos cenários que escondem encantos, mas é a sua história exemplar que faz com que seja quase impossível largar o jogo. Primeiro, porque inclui uma boa dose de drama, e segundo, porque podemos escolher o quão dramático as coisas se tornam.
Esta mecânica onde as nossas decisões têm impacto é um pouco mais impressionante em Lake, já que a narrativa mais condensada permite que vejamos as suas consequências de forma um pouco mais imediata. Com a quantidade de personagens existentes para interagir, todos têm a sua influência nas nossas vidas e frequentemente adicionam novas missões que podemos, ou não, concretizar. Mas, de todas as formas, cabe a nós a fazer o que nos parece mais certo.
Com isto, Lake é um jogo muito calmo de jogar que merece toda a nossa atenção para desfrutarmos todos os aspectos da vida que nos proporciona.
Nota Final: 8/10
Lake está disponível PC (Steam) (Epic), Xbox One e Xbox Series X|S (versão testada).
Dread Templar
Dread Templar pode aparentar ser mais um de muitos jogos que têm chegado com a onda de retro-shooters, mas mesmo em Early Access, é um que é dos mais bem conseguidos, capaz de oferecer muitos momentos caóticos.
Tal como esperado neste tipo de jogo, encarnamos uma personagem que tem que ir ás profundezas do inferno para se vingar. Tal como os seus precedentes que tanto lhe influenciam, os mapas estão repletos de locais secretos e puzzles bastante intrigante, ao mesmo que vamos ganhando novas armas e matando de forma sangrenta as dezenas de monstros que se atrevem a enfrentar-nos.
Entretanto, um dos seus melhores detalhes é o sistema de perks, que permite-nos subir diversos aspectos da nossa personagem e dar uma força extra às armas da nossa preferência, ou aumentar a perícia da nossa personagem. Esta introdução da mecânica RPG, algo que temos visto cada vez mais nos jogos do género de hoje, oferecem uma experiência mais personalizada que é apreciada – mesmo quando o grande objectivo é atirar a matar sem parar ao som de heavy metal.
Neste primeiro contacto em Early Access foi possível ter acesso a 2 de 5 capítulos do jogo final, correspondentes a 10 missões. A subida de dificuldade era gradual e fomos forçados a repensar a abordagem a certos puzzles e outros bosses que nos dar dores de cabeça quase intermináveis. Faz tudo parte do divertimento!
A versão final está prevista para Outono do próximo ano, mas os primeiros passos de Dread Templar provam que há aqui algo muito particular que os fãs irão se deliciar até ao seu lançamento oficial.
Nota Final: 8.5/10
Dread Templar está disponível para PC (Steam) em regime de Early Access.
SkateBIRD
Os jogos indie por vezes têm que recorrer a ideias mais rebuscadas para que um conceito tenha um novo sentido, muitas vezes mais divertido, que marque uma verdadeira diferença. Em 2019, durante a E3, SkateBIRD começou a virar cabeças com a possibilidade de ser um Tony Hawk’s Pro Skater com pássaros, praticamente um ano antes de recebermos o remake do Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 em 2020.
Agora com a sua versão final concretizada e lançada oficialmente, SkateBIRD cumpre exactamente com a ideia proposta: ser um simulador de skate simplista, onde controlamos um pássaro, personalizado à nossa maneira, por diversos locais gigantes.
Desde quartos a telhados, podemos andar muito relaxados a fazer aquilo que fazemos melhor: andar de skate e fazer truques, enquanto cumprimos diversas missões dentro do tempo disponível. No entanto, é o facto de controlarmos um pássaro onde os pequenos detalhes contam. O nosso pequeno amigo não só usa a asas para voar, como também o bico para segurar a prancha enquanto faz truques. É mesmo muito querido de ver.
Infelizmente a piada pode passar relativamente rápido para aqueles que procuram uma experiência de skate mais realista. Também é possível que a simplicidade possa ser algo frustrante, sobretudo na física do jogo, que por vezes pode arruinar qualquer tentativa de cumprirmos todos os pedidos a tempo, sendo este o ponto menos bom de SkateBIRD.
Dito isto, SkateBIRD é um jogo um bocadinho diferente do esperado, mas verdadeiro à sua intenção de entreter durante um bom tempo, enquanto cuidamos do nosso pequeno pássaro nas suas aventuras radicais.
Nota Final: 6.5/10
SkateBIRD está disponível para Xbox One (versão testada), Nintendo Switch e PC/Mac/Linux (Steam).
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.