Jogos: Aero the Acro-Bat 1 & 2 – Análise
Aero the Acro-Bat 1 & 2 são relançamentos interessantes para preservar a história dos videojogos, mas notam-se as marcas do passado.
Jogo: Aero the Acro-Bat e Aero the Acro-Bat 2
Disponibilidade: Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Plataforma testada: Nintendo Switch
Editora: Ratalaika Games
A indústria dos videojogos continua a apostar na nostalgia, trazendo de volta inúmeros remasters e relançamentos, muitas vezes com resultados variados. Os mais recentes a juntarem-se a esta tendência são Aero the Acro-Bat e a sua sequela, Aero the Acro-Bat 2, dois clássicos de culto da era dos 16-bit que, na altura, tentaram competir com ícones como Sonic the Hedgehog e Earthworm Jim.
À primeira vista, Aero the Acro-Bat e a sua sequela evocam o melhor (e o pior) dos jogos retro. O pixel art está fielmente preservado, mantendo as paletas de cores vibrantes e os níveis imaginativos que os ajudaram a destacar-se na SNES e na Sega Genesis. Desde cenários temáticos de circos a castelos góticos, o mundo de Aero continua a ser visualmente apelativo, especialmente para jogadores que apreciam o estilo 16-bit.
O que fazia Aero the Acro-Bat destacar-se na sua altura, e que ainda impressiona hoje, é o foco na movimentação aérea. As habilidades acrobáticas de Aero—como saltos duplos, mergulhos em espiral e o uso de cordas trapezoides—são refrescantes e diferentes dos típicos jogos de plataformas da época. Esta verticalidade adicional dá uma dinâmica única ao jogo, permitindo uma maior liberdade de movimento e estratégia.
Em Aero the Acro-Bat 2, estas mecânicas são ainda mais aprimoradas, com controlos mais precisos e ambientes mais elaborados. A sequela é mais polida em quase todos os aspetos, com um ritmo de jogo melhor, maior variedade de inimigos e um design de níveis menos frustrante. Os cenários são mais ricos, repletos de colecionáveis e desafios que recompensam a maestria das habilidades de Aero.
Embora o relançamento preserve o charme dos jogos, também traz de volta alguns dos aspetos menos agradáveis dos títulos de plataformas dos anos 90: a dificuldade implacável e, por vezes, um design de níveis frustrante. Aero the Acro-Bat era conhecido pela sua dificuldade extrema na altura, e pouco mudou nesse sentido. Com vidas limitadas, poucos pontos de controlo e inimigos posicionados de forma errática, a frustração pode surgir rapidamente, especialmente para jogadores modernos habituados a curvas de dificuldade mais suaves.
Os controlos, embora inovadores na sua época, podem parecer menos precisos do que os jogos de plataformas modernos. Os movimentos aéreos de Aero, por vezes, parecem pouco controláveis, levando a mortes não intencionais em secções complicadas. Isto é particularmente evidente no primeiro Aero the Acro-Bat, onde a precisão necessária entra frequentemente em conflito com a sensação de falta de controlo. O segundo jogo atenua alguns destes problemas, mas ainda está longe da perfeição.
As bandas sonoras de ambos os jogos—peculiares, animadas e tipicamente dos anos 90—mantêm-se intactas. Embora a música não tenha alcançado o estatuto icónico de outros jogos de plataformas da época, faz um ótimo trabalho em criar o tom e a atmosfera das aventuras circenses de Aero.
O relançamento de Aero the Acro-Bat e Aero the Acro-Bat 2 é dirigido principalmente a jogadores nostálgicos que guardam boas memórias destes títulos da sua infância. São produtos do seu tempo—criativos, desafiantes e, ocasionalmente, exasperantes. Para aqueles que não conhecem Aero, o relançamento pode servir como uma janela para um canto esquecido da história dos jogos de plataformas, mas a dificuldade acentuada e as mecânicas desatualizadas podem afastar os jogadores mais recentes.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.