Estará a nova série de Frasier à altura da original? [Análise]
Antes de mais quero esclarecer que “só” vi os 3 primeiros episódios dos 4 que tinha disponibilidade de ver em primeira mão, gentilmente cedidos pela SkyShowtime, mas mais abaixo explico porque não vi o quarto.
O enredo
Então, Frasier deixa a TV e Seattle e volta para Boston para tentar se aproximar com o seu filho e torna-se professor numa escola em Boston. Freddy tornou-se bombeiro, uma profissão muito longe do que o pai queria para o seu filho. E claro está, a personagem de Kelsey Grammer tem sempre de querer levar a sua avante, por isso haverá pano para mangas naquela relação.
É difícil contar pouco mais do que isto sem entrar no campo dos spoilers. O essencial da trama é contada no primeiro episódio, mas as reviravoltas que começam logo não me deixam aprofundar mais o enredo sem ter de estragar a surpresa para quem quer ver a série.
Mas basicamente o principio é o mesmo em ambas as séries: pai que vai viver com o filho cujas as ideias e personalidade vão causar choque entre os dois.
O elenco
Por consequência, temos um elenco totalmente diferente com a excepção da actriz Bebe Neuwirth, que vai continuar a a ter um papel recorrente como Lilith, a ex-mulher de Frasier e mãe de Freddy, e ainda Peri Gilpin, com o seu papel de Roz, a sua antiga produtora da rádio. No entanto, até ao episódio 3 ainda não dera o ar de sua graça.
E fiquei contente com o novo elenco. Eles são Jack Cutmore-Scott no papel de Freddy, o filho de Frasier; Nicholas Lyndhurst que faz um papelão como Alan, o antigo colega de faculdade de Frasier, e que é definitivamente a minha personagem secundária favorita; Toks Olagundoye no papel de Olivia, a chefe do departamento de psicologia da universidade (que ainda estou na dúvida se gosto ou não, devido ao seu overacting); Jess Salgueiro faz de Eve, a amiga e colega de quarto de Freddy, e ainda, para mim a grande surpresa e revelação, Anders Keith no papel de David, o sobrinho de Frasier, filho de Niles Crane and Daphne Moon, que para muita pena minha nem sequer têm papeis recorrentes.
Além destes há vários outros actores que parecem entrar com mais papeis recorrentes, como por exemplo os divertidos bombeiros colegas de Freddy.
Frasier de 2023 está a par com a Frasier de 1993-2004?
Não, não está, mas a diferença não é assim tão abismal. Na verdade esperava bem pior e por isso foi uma surpresa agradável. Bem escrito, bom elenco, e todo o respeito com a personagem e tudo que foi feito desde Cheers, Aquele Bar.
Confesso que tinha muito medo do que pudesse vir daqui, porque se por um lado parece que as produções do género estão cada vez mais fracas (e quando digo do género refiro-me às sitcoms com gargalhadas audíveis e episódios de cerca de 20 minutos), por outro, as séries revivalistas ficam geralmente a milhas atrás das séries originais.
Contudo, eu estou a falar de sitcom que adoro, que está seguramente no meu top 5 das minhas favoritas, e que muito recentemente revi todos os 263 episódios disponíveis na SkyShowtime. A série é engraçada mas bebe um pouco da nostalgia, por isso não sei se se aguenta para quem está a conhecer a personagem pela primeira vez.
Até porque não sei até que ponto foi a popularidade de Frasier em Portugal. Assim à cabeça vêm estas séries que poderão ter mais fãs portugueses: Cheers (ok aqui entra já o Frasier mas tem um papel pequeno), Alf, Quem Sai aos Seus e Chefe mas Pouco. Nanny, Seinfeld, 3º Calhau a Contar do Sol e Príncipe de Bal-Air. Friends, Foi Assim que aconteceu, Dois Homens e Meio e A Teoria de Big Bang.
Concluindo, não vi mais do que três episódios porque não queria mais ver no meu portátil e não me importo de esperar para poder ver, a partir do quarto, no meu bom sofá da sala e na TV com ecrã grande.
Bem-Vindo de volta Frasier, tinha imensas saudades.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.