Estamos no Ar: a longa-metragem de estreia de Diogo Costa Amarante
Chega aos cinemas nacionais a 7 de novembro, a primeira longa-metragem de Diogo Costa Amarante. Estreado mundialmente no Festival de Roterdão e com passagens pelo IndieLisboa e Curtas Vila do Conde, Estamos no Ar continua o trabalho de Amarante em torno das complexidades do desejo e da alienação, num contexto urbano que serve tanto de pano de fundo como de personagem ativa na narrativa. A cidade do Porto, com os seus becos e lugares noturnos, é retratada de forma quase vigilante, acompanhando a solidão e as ansiedades das personagens numa espécie de balada melancólica e, por vezes, cómica.
No centro da história estão três personagens principais: Fátima (Sandra Faleiro), uma cabeleireira, o seu filho Vítor (Carloto Cotta), e Júlia (Valerie Braddell), a avó viúva. O enredo gira em torno das vidas interligadas destes três membros de uma família que vive numa espécie de limbo emocional e físico. Fátima sente-se atraída por um vizinho polícia, para quem lava a roupa, e este desejo desperta uma série de ilusões e frustrações nas suas relações interpessoais. Vítor, por sua vez, esconde-se atrás da farda do polícia, utilizando-a como fetiche para impressionar um rapaz que conheceu online, refletindo assim as suas próprias inseguranças e desejos não correspondidos. Júlia, a mãe de Fátima e avó de Vítor, luta contra a sua própria solidão e o peso do luto pela perda do marido, vivendo atormentada pelas memórias do passado enquanto tenta escapar de uma vida que a sufoca.
A estética do filme mistura momentos de ternura com humor subtil, criando uma narrativa que é simultaneamente introspectiva e acessível. Com isso, Diogo Costa Amarante cria um retrato sensível de personagens que vivem à margem dos seus próprios desejos; um filme profundamente humano, sobre a procura de sentido num mundo onde as respostas parecem sempre fora de alcance.
Estamos no Ar foi galardoado com os Prémios Nouveau cinéaste, Melhor Argumento da Competição de Ficção e Melhor Fotografia no Cinespaña – Festival de Cinéma Espagnol et Portugais, realizado em França.
…) retrato pictural e fluido das solidões contemporâneas, dominado por uma Sandra Faleiro imperial no papel de uma mulher “entalada” entre mudar ou não mudar de vida. Formalmente seguríssimo e claramente muito decantado, Estamos no Ar transporta igualmente uma inesperada ironia, discreta mas visível, e uma melancolia sem resignação.” Jorge Mourinha in Público
“Mas voltando a Estamos no Ar (…), esse OVNI ternurento de Costa Amarante é mesmo um dos olhares portugueses que vale a pena pôr na agenda. Um filme em que a cidade do Porto funciona como vigilante no turno de um círculo de desejo e ansiedade (…).” Inês Lourenço in Diário de Notícias
“Diogo Costa Amarante estreia-se nas longas-metragens com Estamos no Ar, uma comédia dramática inspirada, inesperada e visualmente apelativa. Diogo Costa Amarante tem aqui uma estreia auspiciosa, depois de um percurso muito prometedor também nas curtas-metragens. “ Inês Moreira Santos in Hoje Vivi Num Filme
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.