Entrevista a Nuno Lopes e Cristina Pinheiro sobre “Menina”
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Estivemos à conversa com o ator Nuno Lopes e a realizadora Cristina Pinheiro para descobrir mais sobre a sua nova obra, “Menina”, que estreou a 25 de abril nos cinemas.
O que é que as pessoas podem esperar deste filme?
Nuno Lopes: Menina é um filme sobre emigração, é uma história muito pessoal da Cristina (realizadora), a história da família dela. Podem esperar um retrato do que é viver fora e o que é ser emigrante, não pecando nos estereótipos comuns, não transformando estas personagens em heróis, mas acima de tudo apresentá-los como pessoas dignas.
“Adorava que o filme ajudasse a mudar a mentalidade de algumas pessoas”
Neste sentido acho que é um filme muito importante. Em Portugal ainda se tem uma ideia muito estereotipada do que são os emigrantes portugueses lá fora, bem como dos imigrantes no nosso país. Adorava que o filme ajudasse a mudar a mentalidade de algumas pessoas.
Fale-nos um pouco da sua personagem, João Almeida.
Nuno Lopes: A minha personagem é o pai da família, tem uma relação de amor profundo pela filha e o filme parte muito dessa relação de intimidade entre ele e a filha. É um tipo cheio de defeitos, mas tem a grande qualidade de gostar da sua família e protegê-la acima de tudo.
Como é que foi trabalhar com a Beatriz Batarda? O filme foi filmado em França, certo?
Nuno Lopes: Sim, foi filmado em França, no Sul de França. Trabalhar com a Beatriz é fácil, trabalho com ela desde os 17 anos portanto é como estar em casa. Foi a grande vantagem de ter a Beatriz no elenco, assim que nos sentámos na mesa de ensaio já éramos um casal, já havia cumplicidade, já sei perfeitamente como é que ela pensa, ela sabe como eu penso, sabemos que tipo de atores somos então foi muito fácil criar esta família.
Qual foi a maior dificuldade ao criar uma atmosfera fidedigna para este filme?
Nuno Lopes: Houve uma parte que teve a ver com uma pesquisa nossa, naturalmente. Mas houve uma parte que não teve a ver com isso, mas sim em ser quase uma realização autobiográfica da Cristina. Nesse sentido, tínhamos sempre a nossa base de partida, pois ela viveu esta história quando era menina, portanto, havia uma fonte fidedigna muito próxima de nós. No entanto, teve a grande vantagem que apesar de ser uma história da Cristina, deu-nos uma liberdade enorme para ouvir os nossos inputs e mudar o filme com as nossas ideias também.
Isto é uma história muito pessoal para si. Como é que foi transportar isto para Cinema?
Cristina Pinheiro: É um trabalho sobre mim, sobre o que sou. Eu sou de dupla nacionalidade então é uma ideia e relação que queria questionar. Uma relação entre uma filha e um pai, uma francesa com pais portugueses, mas também um pouco portuguesa. Tenho o hábito de dizer que sou uma francesa-portuguesa e uma portuguesa-francesa.
Como foi criar uma atmosfera dentro da época dos finais dos anos 70?
Cristina Pinheiro: Tive uma equipa óptima. Foi difícil, mas pensámos muito nisso antes de rodar. Trabalhámos todos os acessórios, vestidos, cenários, tudo para que fosse fiel a esta época.
Como foi dirigir os atores Nuno Lopes e Beatriz Batarda?
Cristina Pinheiro: Foi um encantamento, uma maravilha. Eu agora só quero trabalhar com eles. Têm uma grande humanidade.
Fotografias: Tiago Ferreira
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Operador de Câmara & AC Profissional.