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Doclisboa 2024: revelada a programação

Foi revelada a programação completa do Doclisboa 2024, que decorre entre 17 e 27 de outubro. Ao todo, serão exibidos 183 filmes de 55 países entre eles 28 estreias mundiais, 19 estreias internacionais e 30 filmes portugueses. Há mais de uma centena e meia de convidados e uma homenagem ao programador e critico recentemente desaparecido, Augusto M. Seabra.

Doclisboa 2024

A abertura será com a longa-metragem “Sempre”, filme de montagem da realizadora italiana Luciana Fina a partir dos arquivos da Cinemateca Portuguesa, com imagens de cinema que acompanharam a preparação e o processo da revolução de 25 de Abril de 1974.

Doclisboa 2024
“Sempre”, de Luciana Fina
 
Na Competição Portuguesa há dez obras a concurso. Entre eles, destacam-se as estreias portuguesas de “Fogo do Vento”, de Marta Mateus e “As Noites ainda cheiram a Pólvora”, de Inadelso Cossa, as estreias mundiais de “O Palácio de Cidadãos” de Rui Pires e “Enxofre”, Miguel Seabra Lopes e a estreia europeia de “Estou Aqui”, de Zsófia Paczolay e Dorian Rivière.
 
O DocLisboa acolherá ainda a estreia mundial do documentário “Por ti, Portugal, eu juro”, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, que resultou de uma investigação jornalística sobre os militares africanos que combateram na Guerra Colonial do lado das Forças Armadas Portuguesas.

Doclisboa 2024
“As Noites ainda cheiram a Pólvora”, de Inadelso Cossa
 
A Competição Internacional deste ano conta com 12 filmes do mesmo número de países e inclui cinco estreias mundiais, seis estreias internacionais, uma estreia europeia e uma primeira obra.
 
A secção Riscos volta a apresentar os últimos filmes de grandes inventores de cinema como Andrei Ujică, Hans-Jürgen Syberberg, Radu Jude e Harmony Korine. O realizador convidado deste ano é o francês Pierre Creton (Go, Toto!, 7 Walks with Mark Brown), numa programação que deambula entre a relação com o mundo natural que convocam os filmes deste cineasta-agricultor de grande sensibilidade, ele próprio retratado noutro filme desta secção, I Am Pierre Creton, Normand and Filmmaker, de Dominique Auvray; e os mundos virtuais e distópicos dos trabalhos de Phil Solomon (“Still Raining, Still Dreaming, Rehearsals from Retirement”) que transforma as paisagens do jogo Grand Theft Auto ou de Korine e Aggro Dr1ft, peça de grande inventiva formal que é também um conto de violência e redenção à maneira de uma sala de jogos multiplayer.

Doclisboa 2024
“Por ti, Portugal, eu juro!”, de Sofia da Palma Rodrigues, Diogo Cardoso
No ano do desaparecimento de alguém fundamental para a história do Doclisboa e em particular da secção Riscos, Augusto M. Seabra, o festival dedica-lhe esta edição e exibe um dos primeiros filmes por si programados para os Riscos: “Compilations, 12 instants d’amour non partagé”, de Frank Beauvais, obra onde convivem pequenos gestos de amor e música. A sessão, nomeada Exórdio, está agendada para 20 de outubro, às 15h30, na Culturgest, e terá entrada gratuita mediante levantamento de bilhete no próprio dia. Um realizador cuja filmografia apresentada no Doclisboa está intimamente ligada a Augusto M. Seabra é Daniel Hui, que mais uma vez regressa ao festival para apresentar o seu novo trabalho: “Small Hours of the Night”, filme interior e obscuro sobre a Singapura dos anos 1960 e os seus fantasmas políticos. 
 
Da secção Da Terra à Lua, foram destacadas duas cópias restauradas: “Um é Pouco, Dois é Bom” (1970), filme de Odion Lopes, pioneiro do cinema negro; e “El Castillo de la Pureza”, do mexicano Arturo Ripstein, além de “Lázaro at Night”, de Nicolás Pereda, onde o cineasta contemporâneo explora novas formas narrativas.

Doclisboa 2024
“Go, Toto!”, de Pierre Creton
 
A secção competitiva Verdes Anos ocupa um lugar especial na programação do Doclisboa, revelando novos talentos. O Nebulae, espaço de indústria do festival, apresenta Espanha como país convidado e o projeto educativo abcDoc aposta mais uma vez na força do documentário como ferramenta pedagógica.
 
O festival vai dedicar, em conjunto com a Cinemateca Portuguesa, uma retrospectiva ao realizador mexicano Paul Leduc (1943-2020), que será a maior fora do seu país e a primeira no continente europeu. Paul Leduc é um nome de referência do cinema independente mexicano da década de 1970, autor de uma obra variada, cujo trabalho tem vindo a ser descoberto noutros países nos últimos anos graças ao trabalho da Filmoteca da Universidade Nacional Autónoma do México. Através dos seus filmes, Paul Leduc retratou as grandes alterações políticas e socioculturais do seu país de origem na segunda metade do século XX e princípio do século XXI, assim como temas centrais para compreender a História da América Latina durante esse período.

Doclisboa 2024
“Lula”, de Rob Wilson, Oliver Stone
 
O filme de encerramento será “O dia que te conheci”, do realizador brasileiro André Novais Oliveira, descrito como “uma espécie de comédia romântica involuntária”.
 
O DocLisboa vai decorrer na Culturgest, no cinema São Jorge, na Cinemateca, no Cinema Ideal e na Casa do Comum.
 
Todos os detalhes da programação, júris, secções competitivas e prémios estão já disponíveis em doclisboa.org

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