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5 Curtas a ter em conta do 28º Festival de Curtas de Vila do Conde!

Curtas Vila do Conde

O 28º Festival de Curtas de Vila do Conde surge em tempos de COVID-19 como um escape e uma montra do melhor que se faz em termos de curta-metragem. No meio de tanta curta-metragem é difícil escolher o que ver e, por isso, apresento-vos 5 curtas a ter em conta:

Empty Places de Geoffroy de Crécy

Empty Places

Todas as curtas aqui apresentadas tem algo de destinto e que chamam a atenção por algum pormenor em específico, mas, o caso de Empty Places é algo que acaba por dizer um pouco sobre os tempos que se vivem. Numa curta de animação é apresentada ao espectador uma cidade completamente abandonada, mas que tem uma certa vida. Essa vida é representada por vários objetos que foram deixados para trás e que se movem sempre da mesma forma, como um leitor de vinil, uma passadeira de supermercado com vários produtos empilhados, entre outros objetos. Geoffroy de Crécy, através da sua animação mostra-nos melancolia e solidão, que também pode ser traduzida através do piano de Beethoven que entoa ao longo dos 8 minutos de filme, sempre em repetição.

How to Disappear – Deserting Battlefield de Robin Klengel, Leonhard Müllner e Michael Stumpf

How to Disappear - Deserting Battlefield

Nesta curta metragem, que tem como pano de fundo o videojogo “Battlefield V” é nos feita uma pergunta bastante válida: “É possível desertar de uma guerra virtual sem sofrer consequências?”. Com este ponto de partida, os autores da curta tenta refletir sobre a guerra e o jogo em que se incluem, a disciplina e a desobediência. Utilizando os gráficos hiper-realistas do jogo, acabamos por na realidade estar perante uma fusão entre narrativa e estudo. A voz do narrador tenta entrar pela diversão do jogo e também por situações bem reais. As explorações dos limites do entretenimento também estão bem assentes ao longo da obra, tentando assim fazer o espectador pensar que nem tudo está completamente definido e que, de certa forma, existem maneiras de escapar ao controlo que a máquina nos “oferece”.

Rio de Zhenia Kazankina

Rio é a primeira curta-metragem da vida real que aparece nesta lista e, por uma razão muito simples: a base da história é a chegada da diferença. A nossa protagonista, Paulina, sempre viveu e trabalha num hotel perto da fronteira. Sempre teve a mesma amiga e, durante muito tempo via pessoas a chegarem e a partir do hotel. Até que um dia, chega um rapaz desconhecido e que acaba ficando por algum tempo. Enquanto, nos primeiros tempos, Paulina e a sua amiga Nadia pensavam na vida que podiam ter fora daquele lugar, com a chegada deste intruso, Paulina começa a perguntar-se o que realmente quer na vida e, principalmente, quem é que ela é e representa no plano da vida. Uma curta para interiorizar aos poucos e, se necessário, repetir a sua visualização noutra ocasião, pois poderá dar uma outra impressão ou forma de entender a obra.

Rio

Something to Remember de Niki Lindroth von Bahr

Com Something to Remember voltamos à animação e à melancolia. A verdade é que é uma história bastante agridoce, que nos mostra várias dificuldades da vida. Porém, são cantadas e interpretadas por criaturas que se assemelham a animais e que, por alguma razão, soam e sentem as situações de uma forma demasiada humana. Para dar algum contexto, algumas situações incluem: a escolha de uma cama, uma triste conferencia de imprensa e até um doente no médico. Tudo isto cantado pelas criaturas já referidas. De certa forma, estamos a ouvir os seus pensamentos e a dor, mostrando que a solidão está muito presente e que acaba tornando-se uma companheira da história, levando a que tenha um ambiente mais pesado e assustador do que aparenta.

Something to Remember

Victor in Paradise de Brendan McHug

Victor in Paradise é uma peça melancólica sobre a luta e desespero de um artista que tenta ganhar a vida. Não existe melhor forma de descrever esta peça cómica e negra. Victor pinta quadros à noite e paredes de dia, enquanto tenta pagar a renda. Para tal, coloca-se a trabalhar para caloteiros, tenta vender as suas pinturas e até mostrá-las numa galeria de arte. Com todas estas situações acaba por ter que “partir” a sua realidade e tentar encontrar uma forma de escapar. Talvez uma das curtas mais expressivas, como é possível ver através dos escaços minutos que Nicholas Braun e Colby Minifie contracenam.

Victor in Paradise

O 28º Festival de Curtas de Vila do Conde decorre entre 3 de outubro a 11 de outubro e poderá ser visto online

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