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Crítica – Super Mario Bros: O Filme

As adaptações de videojogos ao cinema costumam ter mau nome, mas será que Super Mario Bros, consegue romper com essa “maldição”?

 A história

O rompimento de um dos canos que abastece Brooklyn provocou grandes alagamentos nas suas principais artérias. Para os irmãos Mario e Luigi, dois canalizadores que foram ridicularizados por familiares e amigos, este contratempo é a oportunidade perfeita para mostrar a todos o seu talento. No entanto, ao entrar nos esgotos para consertar o cano e evitar a inundação da sua cidade natal, descobrem uma passagem que, de forma acidental, os leva a uma terra de fantasia conhecida como Reino Cogumelo.

Luigi, o mais novo dos canalizadores com raízes italianas, chega a uma área escura e deserta controlada pelo maléfico Bowser, rei dos Koopas e pianista nas horas vagas, cujos planos para conquistar o reino mágico foram bem sucedidos, graças ao apoio do seu leal exército de tartarugas antropomórficas. Enquanto isso, Mario, na companhia do simpático Toad, decide ir ao encontro da princesa Peach para pedir ajuda em procurar o seu irmão.

Ao descobrir que os planos do vilão são mais cruéis do que imaginavam, o protagonista e a corajosa princesa embarcarão numa frenética corrida contra o tempo, repleta de perigosos obstáculos, criaturas incríveis, entre as quais se destaca o robusto Donkey Kong, e cogumelos misteriosos capazes de conferir superpoderes a quem os ingere.

A Análise

Baseado na popular série de videojogos criada pela Nintendo em 1985, Super Mario Bros: O Filme é um divertido filme de animação que reúne as personagens mais emblemáticas da saga numa aventura repleta de cor e nostalgia, acompanhada por uma banda sonora que inclui músicas dos anos 80 como Holding Out for a Hero de Bonnie Tyler e Take On Me do A-ha. Com inúmeras referências que vão agradar tanto a crianças como adultos, o filme comprova a qualidade da Illumination, estúdio responsável por sucessos como Gru: O Maldisposto, Mínimos e A Vida Secreta dos Nossos Bichos, ao combinar ação e comédia de forma eficaz.

A versão dobrada apresenta um fantástico elenco de vozes portuguesas que inclui Luís Barros, Eduardo Frazão, Laura Dutra ou Alexandre Carvalho. Mas o grande destaque é o Bowser de Pedro Bargado, que empresta a intensidade necessária ao vilão. A nível técnico, a animação é de primeira e, no geral, o resultado final é muito superior à fracassada adaptação em imagem real, protagonizada por Bob Hoskins e John Leguizamo, que comemora precisamente 30 anos em 2023.

No entanto, a “película” tem as suas falhas, sendo a principal a falta de uma história sólida, para não dizer que esta é quase inexistente. Nota-se que foi feito um esforço para dar maior profundidade às personagens, como por exemplo, mostrando o conflito do Mario e Donkey Kong por não corresponderem às expectativas impostas pelos pais, mas estas temáticas são exploradas superficialmente. A história avança de forma previsível e sem sobressaltos, sendo poucas as surpresas ao longo dos 92 minutos de duração.

Embora a premissa desta adaptação atraia a atenção de crianças e adultos, a verdade é que o filme realizado por Aaron Horvath e Michael Jelenic acaba por se focar mais em agradar a um público infantil pelo recurso a um humor mais físico, sem oferecer muitos momentos hilariantes a quem cresceu com as primeiras consolas da Nintendo há quase quatro décadas.

Super Mario Bros: O Filme é divertido e cria as bases de uma nova franquia que certamente continuará a expandir os diferentes mundos para os quais Mario e Luigi nos transportaram através dos videojogos. Esperamos apenas que os próximos capítulos tenham uma narrativa que aborde temas interessantes e relevantes.

Nota Final: 8/10

 

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