Cinema: Crítica – Submersos (2018)
Nesta Primavera chega-nos o filme Submersos, realizado por Wim Wenders (As asas do desejo) e protagonizado por James MacAvoy (Fragmentado e Expiação) e Alicia Vikander (Tomb Raider e Ex Machina). Estreia dia 24 de maio e o Central Comics deixa aqui o seu veredicto.
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Este drama conta a história de James Moore (MacAvoy), um espião do governo britânico, e Danielle Flinders (Vikander), bióloga marinha, que se conhecem e se apaixonam enquanto passam férias no litoral de França. Com o fim das férias, ambos afastam-se, com James a ir numa missão secreta para o território Jihadista e Danielle para uma exploração marítima para poder estudar as origens da vida no planeta. Com James preso e torturado pelos Jihadistas e Danielle à deriva no mar, ambas as personagens pretende sobreviver à sua missão de modo a poder regressar para os braços um do outro.
Wim Wenders é um realizador com um grande e bom reportório nas suas mãos – porém, não considero que este Submersos seja um dos quais nos iremos recordar daqui a uns anos. E o motivo disso será o fraco argumento, demasiado partido e pouco focado entre as histórias que nos conta.
O filme divide-se entre duas histórias distintas: a de MacAvoy, que é extremamente interessante e Wenders percebe isso, motivo pelo qual mais de metade do filme é sobre a missão de James; e a de Vikander, uma missão ao qual estamos sempre a regressar mas que não apresenta nada de interessante para o espectador. Wenders pretende mostrar-nos uma oposição entre aquilo que nos une (a investigação da Danielle) e o que nos afasta (a missão de James) – contudo, apesar de ser uma ideia interessante, não está correctamente apresentada para a audiência.
Para além da grande falha de interesse entre as duas histórias, o amor entre as duas personagens é também demasiado frágil e fugaz para nos fazer acreditar que ambas as personagens lutarão para voltarem a estar juntas. O romance é feito em 20 minutos de filme, maioritariamente em diálogo entre as personagens (especialmente sobre o trabalho de Danielle). O argumento é parco em momentos especiais entre ambas as personagens e que nos consiga compreender a ardente paixão entre o casal. Simplesmente, não existe qualquer chama.
Porém, nem tudo é negativo. O melhor do filme é, sem dúvida, a performance de MacAvoy. Apesar de Vikander, infelizmente, não ter muito com que trabalhar com a personagem que lhe ofereceram, MacAvoy é excelente, entrega-se a 100% e a sua história é a mais interessante, entre a espionagem e o tornar-se prisioneiro por um grupo jihadista.
Submersos afunda-se entre o romance/drama que pretende contar. Em metáfora, o filme leva-nos numa viagem até à praia, mas nunca nos convida a mergulhar nas maravilhosas águas do oceano.
2 / 5
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- Submersos estreia dia 24 de maio de 2018 nos cinemas.
João Borrega