Cinema: Crítica – Hereditário (2018)
Da independente e inovadora produtora A24 chega-nos “Hereditário”, o filme de estreia de Ari Aster que tem gerado um grande buzz desde a sua estreia em festivais de cinema e que promete gelar as salas de cinema neste Verão. Será este o melhor filme de terror do ano?
[ad#cabecalho]
O filme conta-nos a história da família Graham que, quando a matriarca da família falece, os restantes membros terão de enfrentar o espaço vazio que esse ente querido deixa para trás e os remorsos que a sua ausência faz nascer. Para além disso, segredos crípticos e terroríficos emergem sobre a linha ancestral da família, segredos estes que necessitam ser desvendados antes que seja tarde demais.
No meio de um mar de filmes de terror medíocres ou, digamos, menos bons, Ari Aster veio dar uma lufada de ar fresco a este género e injectar suspense e ambience a um formato de filmes que se focam demasiado em sustos e truque demasiado superficiais. Com “Hereditário”, Ari Aster demonstra que percebe, de facto, aquilo que assusta uma audiência – não são as partes sobrenaturais nonsense e jumpscares baratos, mas sim a manifestação dessas sobrenaturalidades num ambiente realista e familiar.
Mais do que um mero filme de terror, “Hereditário” é um drama que debate os temas de perda, perdão e luto. Através de um ritmo ponderado e de personagens com que nos ligamos emocionalmente, o filme envolve-nos num nevoeiro de imprevisibilidade e suspense que consegue arrepiar as mais frias das espinhas. A família está no centro da trama e acompanhamos o descambar da mesma, com especial foco em Annie Graham, a mãe da família, com uma performance incrível de Toni Collette que, se não fosse inserida num filme de terror, levantaria muitas atenções da parte da academia.
Porém, considero que este filme não seja aconselhado para todos. O filme é, talvez, um pouco longo e desvenda-se de uma forma ponderada, com as cenas ditas “de terror” se distanciam consideravelmente entre si, sendo estes factores que irão fazer com que percam certos espectadores que estariam somente à espera de um filme de terror comum. Para quem estiver pronto para ter uma experiência aterradora, “Hereditário” surpreenderá e ficará gravado na memória até muitos dias depois de sair da sala de cinema. Ari Aster pede confiança e calma por parte dos espectadores e apresenta-nos um filme que não apresenta todas as suas respostas de mão beijada, o que apenas irá apelar a múltiplas visualizações.
E então – é este o melhor filme de terror do ano?
Sinceramente e com toda a honestidade – Sim, estamos perante o melhor e mais interessante filme de terror do ano.
Estreia a 14 de Junho!
4 / 5
João Borrega
Fui ontem à antestreia deste filme e não correspondeu às expectativas. O trailer está de facto muito bem estruturado, passando a ideia de ser um filme verdadeiramente assustador, no entanto, a realidade é que são 2 horas de filme com muitos momentos parados. Eu, uma eterna fã de filmes de terror, acabei mesmo por adormecer por breves minutos a meio do filme… Existiram talvez 2 momentos em que o público se assustou, não pelo acontecimento em si mas sim pelo estrondoso som naqueles momentos. Filme muito parado, chato, com pouco desenvolvimento e no final muito fantasioso. A plateia ainda deu algumas boas risadas no final!