Cinema: Crítica- Dragon Ball Super Broly (2019)
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Son Goku e Vegeta preparam-se para o maior combate das suas vidas, o Super Guerreiro Lendário chegou à Terra.
Após a vitória no Torneio do Poder, Son Goku (Miguel Raposo) e Vegeta (João Loy) estão determinados a elevar ainda mais a fasquia dos seus treinos. Entretanto, o renascido Freezer (Tomás Alves) procura vingar-se dos guerreiros do espaço com os seus novos aliados, Paragus (Rui de Sá) e Broly (Romeu Vala).
Não há muito por onde falhar, o autor Akira Toriyama só tinha de esticar um episódio da série e teríamos aqui mais um filme de Dragon Ball, mas o empenho é claro e os resultados são magníficos.
“Broly” apresenta-nos o passado, Son Goku e Vegeta ainda estão nas respetivas incubadoras no antigo planeta Vegeta, os guerreiros do espaço ainda são vivos, e Freezer acaba de tornar-se líder das tropas do seu pai King Cold. Exploramos assim os eventos que levaram Broly e Paragus ao exílio, Son Goku à terra, e que roubaram a Vegeta o seu reinado. Um setup genial para a batalha entre estes Super Guerreiros, digna de uns bons 40 e tal episódios.
O filme ainda introduz duas novas personagens, Cheelai (Joana Castro) e Lemo (Quimbé), dois soldados menos fortes do exército de Freezer que acabam por salvar Broly e criar afeição com o Guerreiro Lendário.
E agora o que os fãs realmente querem saber: então e a dobragem?
Com todas as saídas e rotações de elenco resumidas noutro artigo (link), cabe então falar da estreia de Miguel Raposo como Son Goku e da despedida de João Loy como Vegeta:
Espetacular.
É verdade que Raposo estranha-se ocasionalmente, mas entranha-se muito rápido, e Loy atinge aquele balanço entre sério e humorístico digno do príncipe que interpreta. Isto acaba por refletir toda a dobragem portuguesa, o argumento mantém-se fiel, mas não se priva das vírgulas muito portuguesas com as piadas ocasionais que ajudam a integrar este filme na série com a qual muitos de nós crescemos. Todo o elenco, novo ou não, está de parabéns. Ao fim e ao cabo “Broly” acaba por estar mais fiel ao Dragon Ball clássico que a maioria dos episódios de Super. Sei que isso também parte do argumento, no entanto, a qualidade da dobragem só não a vê quem não quer.
Antes das notas finais gostava ainda de falar um pouco dos aspetos técnicos, a começar pela animação… Oh Shenron que estáis nos céus, quem foi que reuniu as bolas de cristal e te pediu este milagre? A animação está soberba, e embora as sesequências em 3D ainda saltem um pouco à vista, não incomodam assim tanto. O traço, a fluidez, os planos e enquadramentos escolhidos, os jogos de luz e cor, não sei que diga, Tatsuya Nagamine, o realizador, está de parabéns.
Com metade da experiência sensorial despachada cabe falar da componente sonora, e é ai que nascem os grande problemas do filme. Para algumas das peças na Banda Sonora, composta por Norihito Sumitomo, foi decidido incorporar cânticos de forma a puxar pelo público e criar uma maior imersão, convidando-nos a apoiar os super guerreiros nos seus combates. No entanto, estes cânticos são inspirados nos cânticos desportivos e passam por um apresentador a berrar “Saiyan Power” e os nomes dos protagonistas durante as músicas. É infantil e pode quebrar a imersão, é um problema que persiste em todas as versões do filme, mas como foi o caso com a voz de Raposo, estranha-se mas depois entranha-se. O que também se entranha, desta vez pela negativa, é a pós-produção áudio medíocre, nomeadamente no que toca ao balanço de níveis entre a dobragem em si e a banda sonora, havendo instâncias nos combates em que as vozes se tornam difíceis de compreender e resultam, em geral, num filme que podia baixar um pouco o volume. Não digo barulhento, mas não aconselho que se sentem junto às colunas.
Por fim, embora não recomende aos puristas que se habituaram a ver as séries e filmes em Japonês. A versão Portuguesa foi feita para todos os que acompanharam e/ou acompanham Dragon Ball em português, dos 8 aos 80, e por isso mesmo é a melhor forma de verem o filme.
Não é uma longa-metragem magnífica fora do contexto de Dragon ball. Serve para entreter e vê-se bem, mas para os fãs ferrenhos “Broly” traz-nos o melhor filme da saga de Akira Toriyama.
“Dragon Ball Super: Broly” é mais um daqueles filmes que me surpreendem pela positiva, que juntamente com a mais recente aventura animada dos 1001 Homens, Mulheres e Suinos-Aranha é dos meus filmes animados prediletos destes últimos meses anos!
O Super Guerreiro Lendário faz justiça ao nome!
- Dragon Ball Super: Broly estreia a 14 de março nos cinemas.
8/10
Henrique V. Correira
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Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!