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Crítica – Black Mirror: “Striking Vipers” (Netflix)

Black Mirror está de volta com um elenco de luxo, mas estará ao nível dos seus antecessores?

Danny (Anthony Mackie), um pai de família, marido de Theo (Nicole Beharie) e pai de Tyler, revê o seu melhor amigo Karl (Yahya Abdul-Mateen II) na sua festa de anos cujo lhe oferece um jogo de realidade virtual, Striking Viper X (uma espécie de Street Fighter). Aqui os jogadores podem sentir todas as sensações da personagem. Danny e Karl descobrem então a possibilidade de terem relações sexuais neste mundo virtual e o protagonista terá de decidir que rumo a sua vida terá.

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Dividido em três fases das suas vidas e amizade, conhecemo-los no início a jogar uma versão antiga do mesmo jogo. 9 anos passam e com o avanço da tecnologia, Danny debate-se entre a sua família real e esta tensão sexual com o seu melhor amigo.

Num registo visual colorido, Striking Vipers X contém as cenas mais bem trabalhadas a nível geral, com coreografias referentes a clássicos de luta, música empolgante e uma química natural entre os atores que interpretam as personagens do jogo. Por consequência, o jogo (que neste caso é utilizado para sexo) aborda a questão da traição entre o mundo virtual e real. Karl chega a referir que é como ver pornografia, no entanto, é algo completamente diferente ao existir um corpo por trás do “ecrã”, neste caso óculos.

Contudo, a narrativa não vai para além da sua premissa. O seu desenvolvimento é bastante previsível, no qual Danny tenta descobrir se está tensão é devido a Karl utilizar uma personagem feminina (Pom Klementieff, que interpreta Mantis do MCU) ou sente na verdade uma atração homossexual.

Isto tudo começa porque Danny está aborrecido da sua vida familiar em que o seu quotidiano é a tentativa de engravidar Theo. A partir dai, a história vai oscilando entre a família e esta traição virtual em que a originalidade é mínima e o aborrecimento acaba por surgir devido ao constante foco em cenas genéricas de romance e drama que nos distanciam da qualidade habitual que Black Mirror nos tem trazido.

Esqueçam os twists surpreendentes, as tecnologias inimagináveis ou as personagens e cenários inovadores. Striking Viper é uma simples história de drama com um triângulo amoroso aborrecido que, apesar do elenco de qualidade, não nos alimenta o desejo por observar o lado negro da tecnologia.

  • A Temporada 5 de Black Mirror estreou no Netflix a 5 de junho 2019

6/10

Tiago Ferreira

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