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Cinema: Crítica – A Maldição da Mulher que Chora (2019)

Foge se a ouves chorar… La LLorona chega dia 18 de abril aos cinemas.

Baseada na lenda mexicana, La Llorona é uma falecida mulher que afogou os seus filhos num ataque de ciúmes ao seu marido, suicidando-se logo a seguir. Desde então, tem atormentado a vida de crianças numa tentativa de recuperar os filhos que perdeu.

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Em A Maldição da Mulher que Chora (The Curse of the Weeping Woman), a protagonista Anna Tate-Garcia (Linda Cadellini), uma assistente social, descobre uma mãe que está a aprisionar os seus filhos na tentativa de salvá-los de uma mulher sombria que Anna não tem qualquer fé nem conhecimento. Como qualquer assistente social faria, Anna resgata os filhos e leva a mãe para a esquadra, julgando ser um simples caso de maus tratos. Contudo, ao descobrir as verdadeiras causas desta mãe, a destemida protagonista vai descobrindo mais acerca desta maldição que acaba por atingir a sua família e que aparenta não ter escapatória. Em conjunto com um padre (Tony Amendola) e um médium, Rafael (Raymond Cruz), Anna fará de tudo salvar os seus filhos de La Llorona.

Nesta nova adição ao universo Conjuring (em que Anabelle tem obviamente de ser novamente mencionada), produzido por James Wan e realizado por Michael Chaves, procura-se novamente atingir um alvo fácil, as crianças, dando asas a novos atores para brilharem, um pormenor comum que se tem observado nos últimos anos. Passado nos anos 70, a fotografia transporta-nos de imediato para esta atmosfera melancólica onde uma mãe solteira com dois filhos sofre de luto pelo seu falecido marido polícia.

Numa escolha de cast segura, é-nos logo demonstrado o papel rigoroso desta mãe numa eficiente cena de 1 take aventurada pela casa desta família em que a vida continua bastante ativa após um acontecimento tão devastador. Quanto à premissa, é uma narrativa capaz de se ligar a religiosos e ateus devido ao desenvolvimento que este ambiente mexicano tem com Anna. Deste modo, quando a maldição a atinge, esta mãe faz os possíveis para procurar as entidades essenciais que compreendam um fenómeno tão obscura como La Llorona.

Além disto, apesar do lado aterrador que esta mulher que chora apresenta, possui uma sensibilidade comovente devido às suas motivações. Por consequência, faz com que as cenas dramáticas possuam um valor sentimental para além do seu objetivo como produto cinematográfico de terror. Contudo, isto não significa que estejamos do seu lado. É sem dúvida uma figura sombria e terrível que assassina todas as crianças sem olhar para as consequências.

Deste modo, pode-se dizer que esta fantasmagoria continua a não estar ao nível dos Conjuring devido ao seu fator altamente previsível, no entanto, a nível técnico consegue criar momentos mais intensos do que o último filme lançado, nomeadamente o The Nun. Enquanto que a história no geral não é memorável, La Llorona possui as suas cenas marcantes, seja com os filhos de Anna num local completamente isolados em que o mais velho terá de proteger a sua irmã, os encantamentos que o médium faz que apesar de serem duvidosos contém o seu fator mistério atrativo, um banho que é uma clara referência a Freddy Krueger ou o impacto que esta maldição tem numa protagonista que está a tentar sobreviver com dois filhos após a morte do seu marido.

Contudo, nem tudo é marcante ou completamente original, este filme continua a executar os clichés frustrantes e cansativos do género, como o grito constante de La LLorona sempre que está pronta para atacar, os efeitos especiais pouco credíveis na sua cara em vez da utilização de uma maquilhagem eficiente ou o modo como uma porta às vezes consegue impedir o seu movimento, mas outras vezes não. Além disto, existe o uso de expressões exageradamente dramáticas por certas personagens quando revelam algum pormenor cativante quase como à espera de uma reação da plateia, no entanto, isto seria dos menores problemas dentro da lista mencionada.

Em suma, La LLorona contém uma premissa facilmente sedutora, misteriosa e fascinante que atinge uma família vulnerável e pela qual os espetadores irão torcer. A sua execução não é inovadora mas é sem dúvida uma lenda atrativa que merece a sua adaptação no cinema.

  • A Maldição da Mulher que Chora estreia a 18 de abril nos cinemas.

6/10

Tiago Ferreira

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