Clássicos da Literatura Portuguesa em BD 13 – Frei Luís de Sousa

A Levoir lançou, a 11 de março, o volume 13 da coleção Clássicos da Literatura Portuguesa, trazendo uma nova abordagem a Frei Luís de Sousa, a icónica obra de Almeida Garrett.

Uma obra-prima do teatro romântico

Escrito em 1843 e publicado em 1844, Frei Luís de Sousa é amplamente reconhecido como a principal referência do teatro romântico em Portugal. Considerado um dos mais importantes textos da literatura portuguesa, este drama histórico explora temas de honra, destino e tragédia, através de um enredo marcado por reviravoltas emocionantes.

O autor: Almeida Garrett

Nascido no Porto, em fevereiro de 1799, Almeida Garrett foi um escritor e dramaturgo de grande influência. Responsável pela construção do Teatro Nacional D. Maria II e pela criação do Conservatório, destacou-se também pelo seu ativismo político. Combateu o absolutismo e exerceu diversos cargos, incluindo deputado, orador, cronista-mor e ministro.

Considerado o pioneiro do romantismo em Portugal, Garrett trouxe uma escrita marcada pelo patriotismo e por um forte carácter dramático, que se reflete de forma magistral em Frei Luís de Sousa.

O enredo: Um destino marcado pela tragédia

A história desenrola-se no século XVI, durante o domínio espanhol sobre Portugal. O protagonista, D. Manuel de Sousa Coutinho, a sua esposa D. Madalena de Vilhena e a filha de ambos, Maria, vivem num contexto de esperança pela recuperação da independência do reino.

A narrativa decorre 21 anos após a Batalha de Alcácer-Quibir (1578), onde D. João de Portugal foi dado como morto. No entanto, Madalena, que casou novamente, sempre viveu sob a sombra do seu passado. A filha, Maria, é fruto de um amor que nasceu em condições proibidas, gerando dúvidas sobre a sua legitimidade. O velho aio Telmo, leal à memória do primeiro marido de Madalena, acredita que ele pode ainda estar vivo.

A tensão cresce quando um romeiro misterioso revela ser D. João de Portugal, transformando o destino da família numa tragédia inevitável. No momento em que Madalena e Manuel professam como religiosos, Maria sucumbe à fatalidade, morrendo na igreja. O desfecho reflete o peso do destino e da honra, numa das mais comoventes histórias da literatura portuguesa.