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Cinemas portugueses em risco de fechar

Os cinemas em Portugal vivem dias difíceis e o que se avizinha não promete nada de bom para as salas de espetáculos nacionais que já têm dificuldade em vender bilhetes.

De Hollywood chegam poucos filmes com capacidade para esgotar salas; as greves de argumentistas e atores, aliando a aposta nas plataformas de streaming por parte dos grandes estúdios, colocam os exibidores de cinema em “maus lençóis”. Se o cenário já estava mau, a verdade é que acaba de piorar!

Muito em breve, muitos dos exibidores vão precisar de abrir a carteira para pagarem novos equipamentos ou atualização dos que já têm.

UCI Cinemas

O tempo de vida

Se um projetor de cinema de película poderia ser usado (facilmente) durante 50 anos, apenas com a substituição de peças essenciais como lâmpada, espelho, carretos e a manutenção regular apenas exigir limpeza e acrescentar óleo; com os projetores de cinema digital a atualização exigida é regular, e os sistemas informáticos têm  o mesmo  período de vida do nosso computador, telemóvel ou tablet. Ou seja, a duração de vida está prevista ser de 10 anos.


Apresentação de dezembro de 2014

No passado, a substituição dos projetores de película por de cinema digital contou com a preciosa colaboração financeira dos principais distribuidores internacionais de filmes. A transição para o cinema digital, em Portugal, contou ainda com dinheiros públicos para que mais espaços fossem dotados de projetor de cinema digital.

As inovações

O cinema sempre enfrentou o desafio de novas soluções de espetáculo para seduzir novas plateias, desde a implementação do som aos formatos de imagem entre outras novidades.

Nos últimos anos, o cinema digital permitiu uma nova vaga de tridimensionalidade nos filmes ou o High-Frame-Rate, entre outros estímulos para os espectadores.  Os equipamentos de projeção começaram a abandonar as tradicionais lâmpadas de Xenon, para adotarem solução laser, que são promovidas pela economia de 50 a 70% no consumo de energia.

Inicialmente os cinemas instalaram projetores com definição de imagem 2K, e agora a 4K começa a estar presente em muitas salas.

Festa do Cinema bilhetes a 2,5€

Nesta altura, o leitor reconhece semelhanças com o que tem sucedido com a sua televisão. A conclusão doméstica é que a tecnologia avança e os vendedores querem manter negócio, com novas soluções.

E os conteúdos?

Um elemento importante na evolução do cinema digital é a criação de conteúdo. Por exemplo, a quantidade de filmes disponíveis em 4K hoje explodiu em comparação com apenas alguns anos atrás.

Além disso, o uso de IAB (Immersive Audio Bitstream, também conhecido como ATMOS) e outras faixas auxiliares (cadeiras em movimento) ou expansão do ecrã nas paredes laterais trouxeram consigo mudanças nos ficheiros que chegam às salas de cinema.

Os equipamentos mais antigos não estão preparados para esses arquivos, e surgem erros com muito mais frequência. Apesar dos principais distribuidores de filmes estarem a investir na correcção dessas situações, a verdade é que o acesso aos arquivos estará condicionado.

Para os exibidores, a resposta seria fácil: investir em novos equipamentos! Mas a solução não é viável para muitos, pois significa um esforço dispendioso.

Apresentados 55 projetos

Os investimentos

As principais salas nacionais procuram atrair os espectadores oferecendo soluções diferenciadas e que acompanham a inovação. Em Portugal já é possível ver cinema projetado a partir das mais recentes soluções tecnológicas, ou seja, em salas com projeção laser, 4K, som Atmos entre outras inovações.

À semelhança do que se passa em diversos mercados internacionais, num futuro próximo o grande avanço do cinema em Portugal será o regresso da projeção a partir de… película.

Não será de esperar o regresso massivo dos tradicionais projetores de 35mm – o que em termos técnicos seria uma mais valia para o cinema dado a qualidade de imagem exibida – , mas poderemos assistir às principais referências do calendário de estreias em salas selecionadas e projetadas desde película 35mm ou 70mm. 

UCI Cinemas

Com a drástica quebra na venda de bilhetes, em Portugal também existem exibidores sem capacidade financeira para assegurarem a manutenção dos seus projetores de cinema digital, de primeira ou segunda geração, acabando por ser decidido o encerramento de salas.  

Irão as salas aguentar?

No decurso de 2024, Portugal poderá assistir ao encerramento de salas nos principais complexos cinematográficos. Em breve, muitas cidades portuguesas vão perder complexos de exibição cinematográfica devido à incapacidade de manutenção dos espaços, que já começou com o “canibalismo” dos projetores de cinema digital.

Se os filmes não seduzem os espectadores, não se vende bilhetes. E, a exibição cinematográfica está dependente da venda de bilhetes.

Para ver cinema, vá ao Cinema!

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