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Cinema: MOTELx 2018 – Curtas Portuguesas (Parte II)

Na continuação à análise das 12 curtas Portuguesas em competição para o Prémio Melhor Curta de Terror Portuguesa / Méliès d’Argent, exibidas durante os 6 dias do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, eis as restantes seis curtas:

Espelho Meu, de Hugo Pinto

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É fantástico como uma curta arranca com a história logo desde do primeiro segundo, não perdendo tempo nenhum com meias voltas.

Cláudia Semedo é Mariana, uma mulher traída pelo homem que ama, que fez o erro de estar com outra mulher. Mas Mariana não se deixa ficar, atendendo ao seu desejo sádico de vingança.

É nessa vingança que encontramos uma personagem capaz de meter verdadeiro medo ao espectador, já que Mariana tem à disposição várias ferramentas de tortura, como pistolas, facas e… um corta unhas? Haja criatividade.

Ainda que por vezes alguns dos seus diálogos se tornem desesperantes, Cláudia Semedo encara esta personagem de forma quase perfeita, juntamente com uma realização sem pudor de Hugo Pinto.

Nota Final: 9/10

Freelancer, de Francisco Lacerda e Francisco A. Lopes

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Não é fácil ser-se um trabalhador independente, os chamados freelancers desta vida. Jorge, um operador de câmara incapaz de bater o pé contra os vários abusos dos seus clientes, é uma dessas pessoas.

A história deste operador de câmara toma outro rumo quando vai gravar uma cerimónia de casamento, que afinal é tudo menos isso.

Repleto de sotaques açorianos, que definitivamente adicionam textura a todas as cenas, Freelancer parece mais uma versão pervertida do segmento Safe Haven da antologia V/H/S 2, de Timo Tjahjanto e Gareth Evans.

O duo de realizadores Francisco Lacerda e Francisco A. Lopes oferecem-no uma curta que tem tanto de divertida quanto nojenta, e que torna este Freelancer exactamente naquilo que o cinema português precisa.

Nota Final: 9/10

Insanium, de Rui Pedro Sousa

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Quando um rapaz prega uma partida ao irmão mais novo, que termina muito mal, a decisão de vida de ambos nunca será mais a mesma.

Rui Pedro Sousa escreve e realiza uma curta dividida em vários volumes, pegando em vários pontos de luto dos dois rapazes e como afectou a família deles.

Pegando em vários conceitos do cinema de terror, Insanium nunca é tão pesado ou assustador quanto gostaria de ser, ainda que a cinematografia está bem pensada.

Insanium tem muito potencial, sobretudo na abordagem do azar que esta família tem, mas infelizmente perde-se pela ambição de querer ser outra coisa.

Nota Final: 5/10

Moscatro, de Patrícia Maciel

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Patrícia Maciel escreve e realiza um filme sobre Ana Lara (Soraia Chaves), uma mulher dividida pela doença e o amor, e que a mete numa situação complicada .

Com os tons pesados inspirados por David Lynch, Moscatro mexe com o subconsciente do espectador sem que ele se aperceba.

Não são muitos filmes capazes de arriscar esta abordagem, que neste caso, é altamente admirada.

Nota Final: 7/10

O Quadro, de Paulo Araújo

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Já vai sendo raro ver um filme recente a homenagear os clássicos de terror dos anos ’30 e ’40, mas Paulo Araújo, escritor e realizador de O Quadro, mostra-nos que quando há paixão, tudo é possível.

Quando um contabilista tenta trabalhar sossegado no seu escritório, este é confrontado por pequenas estranhezas, desde o rádio ficar sem frequência, à problemas de luz. Neste seu escritório está um quadro gigante de uma mulher, algo assustadora, com olhos grandes.

Ainda que podia ter sido um bocadinho mais curto, o resto é compensado não só pela nostalgia, como também pela sua história e efeitos visuais.

Nota Final: 8.5/10

Yet Another Christmas Story, de David Vieira

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Para muitos, as festividades de Natal são normalmente uma altura feliz, mas quando um rapaz com uma action cam na cabeça, começa a ouvir vozes na cabeça, começa a correr por uma pequena localidade britânica.

O feel amador faz com que as coisas sejam extra intensas. Ainda que grande parte das vezes não conseguimos decifrar o que as vozes dizem, de vez em quando vamos apanhando algumas pistas relevantes, que culminam num twist como se fosse um estranho episódio de Black Mirror.

David Vieira escreve e realiza uma curta que prova que mesmo com um baixo-orçamento, é possível criar uma atmosfera aterrorizadora. Exactamente aquilo que um bom filme de terror precisa.

Nota Final: 8.5/10

 

One thought on “Cinema: MOTELx 2018 – Curtas Portuguesas (Parte II)

  1. Claramente um Crítico de M** – O insanium nunca pretende assustar. Se pretende-se assustar – assustava. Aliás por esse prisma nenhuma curta do Motelx assusta. Insanium aliás, já foi visto lá fora e o realizador já está a trabalhar com produtores de Hollywood num projecto por causa do trabalho desenvolvido nesta curta. A pessoa que faz esta crítica revela não perceber nada de filmes e do que querem de facto transmitir. A última coisa a que insanium se propõe é assustar. Claramente esta pessoa nasceu para estar calada.

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