Cinema: Crítica – Era Uma Vez em Los Angeles (2017)
Era também uma vez uma época em que Bruce Willis reinava as bilheteiras de Hollywood. Estamos no pós-Pulp Fiction e muito como a carreira de John Travolta, entre 1994 e 2000, raros foram os passos falsos dados por Willis (e dos que foram, nenhum foi de uma magnitude Hudson Hawk).
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Saltamos para 2017 e Willis tem dez filmes que viram as prateleiras sem nunca terem visto uma sala (uns cinemas aqui e ali não contam!) e uma brutal honestidade no olhar de quem só está ali para recolher um cheque bem gordo. E não sei se o culpo.
Mas, por favor, eu adoro o Bruce Willis. Juro que sim! – não fosse o Die Hard o melhor filme de acção de sempre e o The Last Boy Scout um pedaço perfeito de Raymond Chandler traduzido através da mente do grande Shane Black.
Mas, The Last Boy Scout isto não é.
A estreia na realização dos irmãos Cullen (ver Kevin Smith e Cop Out para mais informações) não faz muito mais para curar a doença, mas receita-nos um verdadeiro jogo de “Quem é Quem?” com Jason Momoa, John Goodman, Thomas Middleditch, Famke Janssen, Adam Goldberg, Christopher McDonald, ex-membro da administração Obama Kal Penn e ex-campeão da WCW, David Arquette!
Todos eles rodeiam o detective privado Steve Ford (Willis), enquanto ele procura o seu cão.
Ok, obrigado por lerem. Adeus!
Não, não se vão embora. Mas, sim essa é a premissa que apesar do possível potencial fica reduzida aqui a alguns momentos inspirados (tem um dos melhores saltos para uma janela de sempre), mas que acabam com personagens mais finas que o papel em que foram impressas – o que infelizmente não dá espaço para grande parte do elenco respirar.
Exceto um John Goodman em modo mais-que-ligado como o melhor amigo surfista de Ford que se encontra a passar um mau divórcio e que aparentemente, é fã do Zombeavers. Tão bom, que talvez o filme devesse ser sobre ele e o amigo detective privado. E é nessas situações, que o motor do filme quase que arranca.
E o que acontece nas outras vezes? Um Bruce Willis, o seu duplo e uma tanga que claramente não é rabo de ninguém a atravessar as ruas de Los Angeles de skate num gag que dura muito mais tempo que devia e uma série de graffittis que não deveriam ter durado tempo nenhum.
E tempo é uma coisa com que o filme não lida bem, não estivesse a banda sonora a apressar constantemente as cenas, como se ela própria não quisesse ter nada a ver com esta história.
Era Uma Vez em Los Angeles não é ofensivamente mau e se utilizarmos um microscópio, existem momentos espalhados pelo filme que funcionam. E sim, é capaz de ser o melhor que as aventuras de Bruce Willis pelo mundo do video-on-demand têm para nos oferecer.
Mas acreditem, não vale a pena rebobinar este.
Era uma vez em Los Angeles é o pior filme do ano. Não sei onde encantaram o realizador, ou como o Bruce Willis aceitou fazer parte dum filme de última categoria. É uma paródia sem enredo, interesse e piada.
A sinopse (que podem ler no final desta crítica) engana-nos! Conta-nos que o filme gira em torno do ator Bruce Willis, enquanto ele tenta recuperar o seu cão. Não cometam o mesmo erro que eu. A 1ª hora do filme é o elenco a ter sexo, feio e desproporcionado. A hora seguinte parece a história da carochinha, onde o Willis anda de casinha a casinha à procura do seu cão.
Esperava, sinceramente, muito mais do elenco. Desconhecia o realizador, que se mostrou inapto para o cargo. É um filme nojento, previsível, vergonhoso e penoso.
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