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Cinema (Críticas): MOTELx 2018 – Resumo do 2º Dia (Parte I)

O segundo dia do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa contou com muitos filmes com monstros, um documentário e um thriller. Eis a primeira parte do resumo do dia 5 de Setembro com 3 filmes analisados.

Mon Mon Mon Monsters (Guai guai guai guaiwu!), Taiwan, 2017

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O realizador taiwanês Giddens KO traz a sua segunda longa metragem, desde 2011: mon mon mon Monsters.

Shu-wei é um jovem estudante que é perseguido por vários membros da sua turma, constantemente sob um clima de bullying, sem que alguém resolva a situação.

Forçado a conviver com os seus abusadores, estes testemunham um atropelamento de uma rapariga, que rapidamente descobrem que de humana não tem nada.

Durante grande parte do início, as cenas de bullying são bastante fortes, estando definitivamente do lado perigoso do que acontece diariamente um pouco por todo o mundo.

A ideia que os monstros são sempre os maus da fita, vai depender da vossa definição, porque neste filme, os humanos não são necessariamente as vítimas, com uma ideia firme sobre o que faz um verdadeiro monstro.

Enquanto que o balanço de comédia e terror é feita de forma orgânica, são diversos os momentos risíveis da crueldade natural humana que incitam uma reflexão em como abordamos certas acções.

Por outro lado, enquanto que grande parte do filme torcemos por Shu-wei, percebemos que andar tanto tempo com aqueles que lhe provocaram dor rapidamente se tornam nas vítimas dos seus próprios crimes contra ele, sendo que a vingança é servida de forma fria.

Com todo o charme do cinema asiático, mon mon mon Monsters está repleto de boas ideias e momentos bem passados com alguma diversão, mostrando um lado leve mas igualmente sangrento do cinema de terror vindo do Oriente.

Nota Final: 7/10

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Fake Blood, Canadá, 2017

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Também fazem filmes de terror de baixo e médio orçamento, com alguma fama no circuito dos festivais de terror e filmes que saem directamente em VOD e no iTunes no Estados Unidos.

Rob Grant e Mike Kovac são melhores amigos. Quando Grant recebe um vídeo dum fã, recriando uma das cenas do seu filme, este e o seu amigo questionam-se se existe uma responsabilidade por parte de quem faz cinema, mostrarem fidedignamente a violência nos seus filmes.

Decidiram então fazer um documentário, em forma deste Fake Blood, onde a temática é abordada duma forma casual e amigável. Pelo menos ao inicio.

Depois de explorarem toda a parte de artes marciais e usarem armas de fogo reais, fazendo também a respectiva comparação como os filmes retratam as mesmas, Grant e Kovac veem-se rapidamente a cair numa toca de coelho quando conhecem John, um homem que já teve ligações ao crime organizado.

Há uma paixão inata por quem vê e faz cinema, que muitas vezes a comparação com a realidade não é lógica. Afinal, é tudo uma recriação fantástica do mundo em que vivemos, ainda que muitos filmes tenham um grau de rigor importante. Mas continua tudo a ser falso.

Assim que Grant e Kovac, como o espectador, se apercebem do buraco em que se meteram, não há marcha atrás, com John a revelar-se ser mais do que aparenta.

Entre as recriações dos crimes que o amigo novo deles alega que cometeu, a parte documentário tem tendência a deixar as coisas tensas e sem fôlego, deixando assim a percepção de o que é realidade e o que é ficção em águas turvas.

Assegurem-se, Fake Blood não é um mockumentary, pelo contrário; porém a sua veracidade em factos e acontecimentos, para efeitos dramático, essa sim é questionável. Mas é difícil distinguir e é aí que o filme nos ganha.

Nota Final: 6/10

Four Hands (Die Vierhändige), Alemanha, 2017

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Quando duas irmãs, Sophie (Frida-Lovisa Hamann) e Jessica (Friederike Becht) testemunham o homicídio dos seus pais, elas mantêm-se presentes na vida uma da outra durante os próximos 20 anos, até que um acontecimento fatal mata Jessica.

Após isto, o trauma sofrido por Sophie na perda da irmã deixa-lhe devastada, mas Jessica está mais perto que nunca, quando se revela como uma segunda personalidade em Sophie.

Enquanto que Jessica, ao descobrir que os homicidas dos seus pais estão livres, depois de cumprirem a sua pena, quer retribuir o favor de forma permanente; Sophie por outro lado quer lidar uma vida normal, algo que não consegue enquanto que a irmã lhe invade o corpo.

A dualidade das personagens dão azo a várias cenas intensas, onde a sobrevivência é chave para encontrar quem lhes magoou, enquanto que esta crise existencial também mostra quão incríveis Hamann e Becht são, lidando com as diversas situações entre elas.

Ainda que algumas situações se estendem, ao bom estilo do cinema Alemão, por vezes são essenciais ao ir mais a fundo ao conflito interno e externo.

A mente pode nem sempre ser forte, mas este Four Hands tem muito espírito.

Nota Final: 5/10

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