Cinema: Crítica – The Revenant: O Renascido
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Estamos em 1820, os caçadores vendem e trocam peles para viver, Hugh Glass, caçador experiente é forçado a sair do seu acampamento, bem como toda a sua equipa. Enquanto fogem pelas suas vidas, Glass é atacado por um urso selvagem e assim começa a sua tenebrosa luta pela sobrevivência. [fbshare]
Realizado por Alejandro Iñárritu e produzido por Regency e RatPac, o filme está extremamente bonito e bem conseguido. Os planos estão divinais. Todo o filme, a nível da fotografia, está absolutamente magnífico: cores subtis, paisagens deslumbrantes, composições brilhantes, e uma banda sonora abismal produzida por Ryuichi Sakamoto que nos transporta para outra dimensão. Sinceramente, esta é uma obra cinematográfica como já não via há algum tempo.
Como seria de esperar Leonardo DiCaprio não desapontou e fez um excelente trabalho na sua atuação, imergindo de tal maneira na sua personagem que nos esquecemos de quem estamos a presenciar, uma performance fenomenal cujos defeitos são muito difíceis de apontar. Torna-se extremamente fácil de entrar no campo sensorial de Hugh Glass através das suas expressões, gestos, sons e toda a sua linguagem corporal.
Teoricamente, este filme trata sobretudo a sede por vingança, onde a vingança e o amor pela própria família é tudo o que motiva esta resistência à morte, mas a meu ver, o foco do filme não está aí, mas sim em tudo o resto.
O filme afoga-nos de tal forma na realidade dos tempos de 1820 que se torna extremamente fácil entender de onde vêm todas as controversas visões mais brutais e selvagens dos tempos atuais. Numa altura onde de facto se regia pela lei da força, representada nesta brutal luta pela sobrevivência que testa os limites físicos do corpo humano como nunca antes vista.
Além de instalar este clima submerso em adrenalina num ambiente selvagem e natural, o filme também retrata a rivalidade entre os índios nativos e os americanos que toma a forma de racismo, num tempo em que a cor da pele significava mais do que as palavras e a ganância, era no fundo, a base que sustentava a vida. Iñárritu faz quebrar um pouco com esse conceito e dá a todos uma visão mais atualizada de como uma sociedade devia agir.
Como um comboio sem paragem, determinado e objetivo, temos a sensação que nada nem ninguém consegue parar a personagem principal. A sua determinação consegue ser até assustadora, capaz de ultrapassar quaisquer obstáculos para obter a desejada vingança.
Como aspeto negativo, preciso apenas de apontar que a história em si foi pouco rica, com algumas falhas até, muito simples e previsível. É pouco fascinante e monótona mas ainda assim apelativa e cativante o suficiente para fazer deste um bom filme.
Para concluir, este é um filme que devem certamente ver, caso não seja pela história, seja pelo audiovisual, porque é definitivamente uma obra de arte cinematográfica e merece ser apreciada como tal.
E bom, pode ser que seja desta vez que o Óscar vá parar às mãos do Leonardo DiCaprio, bem merece!
(Um agradecimento especial à editora Marcador pela oferta do livro.)
Rui Mendonça
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.