Cinema: Crítica – The Contractor – Mercenário (2022)
Qualquer tentativa em fazer um filme tem que ter um propósito, mas a principal um meio de entretenimento. Sem este ingrediente, absolutamente nada é capaz de compensar a sua falta, e quando é notável que está ausente, este mostra-se de uma forma muito, muito feia. O realizador sueco Tarik Saleh junta-se ao argumentista J.P. Davis para o que deveria de ser um filme de acção, minimamente decente e capaz, mas The Contractor – Mercenário falha em cumprir as mais básicas metas.
James Harper (Chris Pine) é um soldado das forças especiais que é dispensado. À procura de recomeçar a sua vida como civil, e sustentar a sua família, James aceita um trabalho de um velho amigo militar, Mike (Ben Foster), numa missão alegadamente ligada à segurança nacional. Após uma emboscada a meio de uma operação secreta, James suspeita que a missão é outra, tornando-se num alvo a abater.
Toda a premissa deste filme deveria encaixar bem. Mesmo jogando pelo seguro, e é algo que aparenta fazer durante os primeiros 20 minutos de película, a sua tendência de experimentar algo diferente acabam por não ligar tão bem, fazendo com que muitas das ideias executadas tivessem sido planeadas no momento, com o restante filme a improvisar solução atrás de solução para um problema que o mesmo próprio criou. Não é uma posição agradável quando os elementos de um filme de acção de baixo orçamento são melhor conseguidos com propostas alternativas nos videoclubes das operadoras, onde Bruce Willis ou Steven Segal fazem o papel do costume.
De um modo técnico, não é nada extraordinário, limitando a mostrar o essencial para compreendermos a confusão que está perante os nossos olhos. A acção nunca é intensa e os seus motivos nunca são bem explicados. Até a motivação do mau da fita nunca é bem explorado, diminuindo a importância de tudo aquilo de mal que ele faz. O maior problema é quando o filme decide repentinamente ser uma novela mexicana por alguns minutos, como se de repente a mostra de emoção faz-nos querer saber das personagens mal construidas.
Lamento muito que Chris Pine, Kiefer Sutherland, Ben Foster e Gillian Jacobs tivessem que ser arrastados num projecto deste calibre, onde nem o elenco é capaz de salvar seja o que for que resta deste filme cheio de acções, mas nenhuma propriamente de um filme de acção. Longe vão os tempos que Sutherland vestia a pele de Jack Bauer em 24, a série favorita de todos os maníacos por acção.
Por muito que nos apercebemos que nenhum tempo gasto é nos devolvido, pelo menos não o gastem a ver este filme. Recomendo vivamente escolherem literalmente qualquer outra coisa que vos apareça à frente. Pelo menos serão entretidos.
Nota Final: 2/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.