Cinema: Crítica – Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes (2014)
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Michael Bay. Inimigo Público nº1. Seja o tema um dos acontecimentos mais marcantes da Segunda Guerra Mundial, geek culture dos anos 80, remakes de vários filmes terror icónicos ou simplesmente a Megan Fox, o mais provável é este nome já ter alienado a maior parte dos espectadores, enquanto se senta confortavelmente numa fortuna maior que a do Rich Uncle Pennybags.[fbshare]
Tudo começou a partir de 2009 quando a Nickeldeon comprou os direitos à Mirage, fundada pelos criadores das “carapaças” – Kevin Eastman e Peter Laird, e anunciou que a Platinum Dunes ia servir como produtora e o título do filme ia apenas ser Ninja Turtles (porque afinal vinha tudo exportado do espaço).
5 anos mais tarde e aqui estamos nós com um filme com o clássico título de Teenage Mutant Ninja Turtles, com tudo direitinho e nada tão descaradamente alienígena como nos foi dado a parecer.
April O’Neil (Megan Fox) é uma jornalista frustrada à procura do seu grande momento. Para isso, April tenta investigar as actividades do misterioso Foot Clan que tem aterrorizado a cidade de Nova Iorque, encontrando-se eventualmente no caminho dos quatro maiores comedores de pizza dos esgotos da Grande Maçã.
É o básico DNA de uma história à lá turtle que sempre funcionou e à excepção da troca de Casey Jones por Vern Fernwick (Will Arnett), mantém os suspeitos do costume dos filmes anteriores.
Arnett e Fox têm ooze suficiente para os aprox. 100 minutos de filme (mas não chega para se tornarem mutantes), a voz de Tony “Jeebs” Shalhoub faz o trabalho como Splinter, Whoopi Goldberg decide aparecer como Burne/Bernadette Thompson (no seu melhor filme com criaturas verdes falantes desde Theodore Rex) e a ex-SNL Abby Elliot, como a roomate de April, tem um dos melhores pequenos papéis do filme.
O grande William Finchter está excelente como Eric Sacks, o tradicional cientista multi-milionário pronto a resolver os problemas da cidade, mas que na verdade está ligado com o poderoso Shredder (que infelizmente é 95% CGI e 5% Ken Watanabe) e uma Karai (Minae Koji) que mal se conseguiu escapar da sala de montagem.
Por fim, as tartarugas: Raphael (Alan Ritchson), Donatello (Jeremy Howard), Michaelangelo (Noel Fisher) e Leonardo (Pete Ploszek e um jackass chamado Johnny Knoxville). Como de esperar são o resultado do extraordinário trabalho visual da Industrial Light & Magic (utilizando motion capture, também conhecida como Zemeckis-o-vision) e um dos piores casos de makeover visual nos últimos anos (ao lado do Freddy Kruger de 2010, também da Platinum Dunes!) e prova que nada vai bater o trabalho da grande Jim Henson’s Creature Shop nos dois filmes originais.
Mas estética de lado, as tartarugas são a melhor das companhias e o filme dá-lhes bastantes gags e one liners para o provar (nem quero estragar a última música do filme).
Mas nem todas as fatias de pizza podem ser boas, e as piores do filme sabem a realização e a música.
Jonathan Liebesman (parceiro de crime de Michael Bay, pela segunda vez) realiza sem qualquer sabor, misturando e abusando do lens flare de J.J Abrams, slow-motion de Zack Snyder e uma banda sonora genérica em sequências de acção repletas de CGI que impedem o filme de chegar a um Cowabunga! num ano cheio de blockbusters radicais.
Não é original. Não é a melhor adaptação deste universo (ainda estou à espera de algo fiel aos comics). Nem sempre funciona a 100% devido a vilões mal-aproveitados, umas tartarugas vindas do Jurassic Park e uma realização vista em outros 1004 filmes genéricos. Mas é divertido? É, sim senhor! É verde? É, sim senhor! Precisava de mais Vanilla Ice e Corey Feldman? Sem dúvida!
Ponham as vossas bandanas coloridas, desliguem o vosso Krang e aproveitem!
Tiago Laranjo
PS: Sugiram que façam um Mutant Product Placement Ninja Drinking Game. Bebam cada vez que uma marca aparecer no filme. Seja ela a Pizza Hut, Microsoft, Toshiba, Beats by Dre, Skype, Google, Victoria’s Secret.
PPS: Todas estas marcas me vão pagar por as ter acabado de enumerar.