Cinema: Crítica – Tartarugas Ninja: Caos Mutante

Tartarugas Ninja: Caos Mutante chegou aos cinemas. É um filme que agrada tantos os fãs antigos como os novos? Leia a nossa análise já a seguir:

Chegou o caos mutante!

Quatro tartarugas adolescentes com amor a pizza, à cultura pop e às artes marciais, procuram o seu lugar neste mundo – se ao menos houvesse mais mutantes como eles…

Cada um com os seus defeitos e feitios, cabe aos quatro irmãos descobrirem quem são e o que querem com a ajuda do seu pai Splinter e dos novos amigos que vão fazer na superfície.

Acho que a primeira coisa a apontar é que é uma reinvenção da história, como sempre tem sido.

Já na primeira série animada as tartarugas eram reinventadas, todas as gerações tiveram a sua dose a si moldada, acompanhando as ondas de mudança cultural e identitária dos jovens que acompanhavam estes adolescentes mutantes. Pessoalmente cresci com a série de 2003, mais violenta, mais sombria e edgy mas igualmente divertida e, por sua vez, irreverente com a forma como construía o seu dinâmico mundo.

Caos Mutante faz um excelente trabalho de apelar a todos

O seu foco é na nova geração, no novo público, mas traz consigo referencias para todos os fãs antigos.

Isto vem acompanhado da irreverência visual. Claramente sem papas no traço, coragem herdada do Aranhaverso, estas Tartarugas Ninja são visualmente deslumbrantes, embora demorem a entranhar.

Não sei se todos os públicos gostarão desta mudança, pessoalmente demorei uma meia-horinha de filme a aceitar o estilo artístico desenvolvido neste projeto, mas sei que alguns vão desgostar por completo, e não os censuro.

Por outro lado a história tem também alguns soluços no pacing, mas acaba por ser satisfatória.

A versão em análise foi a Portuguesa e, atentos a esse facto, sobram algumas opiniões pertinentes

Como ferramenta de auxilio aos jovens públicos, ou aos menos confortáveis com outras línguas, é excelente ver estas ofertas de animação receber sessões na sua língua original e em versão portuguesa também, contudo o mundo da dobragem por cá há muito tem sofrido o efeito Dreamworks e isso revê-se um tanto neste projeto. Temos talentosos dobradores acompanhados de star talent que muitas vezes carece conhecimentos desta particular disciplina da interpretação e isso resulta em falas menos bem conseguidas e que quebram a imersão, bem como a qualidade do produto final.

A masterização do áudio por sua vez também teve alguns dos soluços habituais, falas desniveladas resultam em produtos finais piores.

O que pior ficou foi a adaptação dos textos. Não sei quem traduziu o argumento e não invejo o trabalho que este lhes deu, mas o requisito mínimo é consistência no uso de certas terminologias.

No entanto o filme está longe de mau, aliás é mais uma excelente aposta no cinema de animação, 2023 está a servir-nos bem neste aspeto!

Classificação: 8/10