Cinema: Crítica – Sonic 3: O Filme
O ouriço azul mais famoso do mundo está de volta num magnifico Sonic 3: O Filme, provando mais uma vez que é possível fazer bons filmes baseados em videojogos.
As adaptações de videojogos para cinema, nos últimos anos têm recebido uma lufada de ar fresco, seja através das adaptações de Sonic, Super Mario, ou até, Pokémon com o seu Detective Pikachu. No entanto, desses três, aquele que lançou mais filmes e tem uma consistência inacreditável é o ouriço azul da Sega. Sou fã confesso desta franquia (caso não tenham ainda reparado nas nossas análises de videojogos) e, a verdade é que este filme deixou-me a tremer de felicidade do inicio ao fim, ao ter tudo aquilo que eu queria.
Neste caso, estamos perante uma espécie de adaptação de Sonic Adventure 2 (que é demonstrado numa referência incrível) e do derivado Shadow, The Hedgehog para trazer aos maiores fãs da franquia um universo bem adaptado. Os nossos heróis, a Team Sonic (que nos dá aqui mais uma referência, com um acenar de cabeça ao fabuloso Sonic Heroes) são requisitados pela GUN para tentar colocar um fim às atividades caóticas causadas por Shadow (Keanu Reeves num papel de voz soberbo). No entanto, Sonic (Ben Schwartz) acaba por encontrar o seu maior inimigo até ao momento.
Quer dizer, seria o seu maior inimigo se não existisse um pequeno detalhe: o pacing do filme. Enquanto às vezes parece que está tudo a ser bem explicado, eis que em certos pontos é tudo demasiado rápido. Por um lado, quero dar os parabéns pela forma como a história de origem de Shadow foi desenvolvida, já que era uma das situações que me estava a deixar curioso, pois se formos ver pela história original, acaba por ter alguns momentos de violência. No entanto, conseguiram dar a volta a isto, tornando-a um pouco mais leve, mas sem perder o significado. Por outro lado, há demasiados momentos em que as coisas acontecem demasiado rápido e parece que não existe um objetivo concreto.
Porém, tenho de dizer que este pequeno detalhe acaba por ser ofuscado por todos os momentos que vivemos ao longo do filme, principalmente a nível cómico. Já referi que as duas personagens principais, em termos de papel de voz, estão fantásticas, mas tenho de dar o grande destaque ao regresso de Idris Elba à voz de Knuckles que nos proporciona momentos cómicos que, em nenhum momento, estaríamos de todo à espera e, claro está, a Jim Carrey pela sua prestação tanto como Ivo Robotnik, como Gerald Robotnik. Se darem um papel destes a Carrey já é loucura o suficiente, agora imaginem multiplicado por dois. Torna-se ainda mais louco e completamente destravado, sendo possivelmente a personagem que mais fará rir os espectadores. Quero também destacar, agora num tom mais sério, a prestação de Alyla Browne como Maria: curto, mas cheio de emoção.
Na outra ponta, gostaria de dizer que sinto que o tempo de James Marsden e Tika Sumpter na frranquia, já acabou. Cada vez mais sinto que pouco estão a fazer, já que o tempo de ecrã que lhes é dado é muito menor, comparavelmente aos outros dois filmes, tornando-os personagens de suporte que não estão ali a fazer grande coisa. O destaque dado à personagem de Krysten Ritter, uma general da GUN, também foi curto e mal explorado, podendo ter dado aqui uma espécie de novo vilão camuflado. Além disso, gostaria que a amizade de Tails (Colleen O’Shaughnessey) tivesse sido explorada de melhor forma, o que possivelmente pode acontecer num eventual quarto filme.
Por fim, gostaria de referir que a banda sonora é inacreditável. É energética, cheia de ritmo e com momentos capazes de deixar os fãs delirar. Vou só deixar esta dica: preparem-se para ouvir uma nova versão de uma música bastante conhecida deste universo.
Resta concluir que, Sonic 3: O Filme é o grande filme de animação deste Natal. A Sega volta a pontuar no universo das adaptações de videojogos para cinema e, pelo que me parece, veio para ficar.
Nota: 7,5/10
Sonic 3: O Filme chega a 26 de Dezembro aos cinemas, na sua versão original e versão dobrada
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.