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Cinema: Crítica – SAW X

O franchise SAW, que em Portugal recebeu múltiplos subtítulos alusivos aos jogos e medos constantes que os filmes ofereciam ideias sobre todas as potenciais armadilhas mortais que o célebre Jigsaw preparava para as suas vítimas, dando-lhes uma escolha de redenção.

Em SAW X, regressamos ao passado, com a obra a integrar-se entre o segundo e o terceiro filme, trazendo de volta Tobin Bell como o mentor do medo, como também o realizador Kevin Greutert, responsável pela sexta e sétima entrada, esta última agora mal-intitulada “O Capítulo Final”. Pelos menos foi, durante sete anos.

Após os eventos dos primeiros dois filmes, John Kramer (Bell) está a morrer de cancro, e está a tentar aceitar isso. Quando este descobre, através de um amigo, que existe uma equipa fora dos EUA que lhe poderá salvar, este arrisca tudo em busca de uma solução, conhecendo a Dra. Cecilia Pederson (Synnøve Macody Lund), que lhe oferece uma segunda oportunidade. As coisas correm para o torto quando este descobre a verdadeira fraude, e reúne o conjunto de pessoas que contribuíram para a farsa, dando a eles uma oportunidade de redimirem-se pelas suas mentiras.

Durante o primeiro acto do filme, somos confrontados com um contexto de Kramer ser uma pessoa humana, tendo que o espectador demonstrar empatia perante uma pessoa que faz o que faz, dando-nos uma outra perspectiva de quem está por detrás das armadilhas. De facto, o efectivo terror só chega já quando o filme nos quer completamente do lado de Kramer, para justificar todo o mal que irá acontecer às suas vítimas.

Enquanto que Spiral – O Novo Capítulo de Saw mostrou outra faceta deste universo, enquanto se manteve integrado, SAW X insiste em ser uma espécie de regresso às origens via uma modernização do próprio caminho que o mesmo construiu. O panorama do cinema de terror de hoje moldou-se, em parte, à volta de tudo aquilo que a saga fez, sendo que esta nova entrada reajusta a sua forma de contar a narrativa perante estas mudanças, para melhor ou pior.

Comparativamente com as entradas anteriores, é óbvio que a intensidade é mais concentrada, com as armadilhas a deixarem-nos com os pêlos eriçados, e um enorme desconforto, havendo espaço para a mente vaguear na possibilidade de estarmos do outro lado do ecrã a sentir o que está a ser feito. Em parte, acredita-se que é a magia destes filmes, e esta concentração acaba por focar muito mais as partes fisicamente dolorosas das armadilhas.

Enquanto que o elenco limitado de vítimas caia novamente na repetição, cumprem o papel, mesmo com as novas variações dos seus papéis; e que garantem que são perfeitos para sofrer pelas suas acções.

Assim, SAW X não reinventa integralmente aquilo que o próprio definiu, quando o primeiro filme estreou em 2004, mas oferece uma experiência SAW um bocadinho diferente daquela que os fãs tanto gostam e apreciam, mas preservando a fórmula clássica. É fácil apreciar o pequeno risco que tomou, mas basta para abrir novas portas e trazer de volta o franchise de uma forma reenergizada.

Nota Final: 7/10

One thought on “Cinema: Crítica – SAW X

  1. Ver este filme foi uma experiência nostálgica ao reencontrar John Kramer em ação, no entanto, a trama mistura elementos de ‘Albergue’ com um desfecho decepcionante. Ainda assim, assistir a ‘SAW X’ pode valer a pena.

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