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Cinema – Crítica: Ocean’s 8

Estreou hoje Ocean’s 8, de Gary Ross e o Central Comics já foi ver. Estará este filme ao nível da restante franquia?

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Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã do famoso Danny, acabada de sair da prisão prepara-se para um assalto. Acompanhada de Lou (Cate Blanchett), Debbie junta uma equipa para concretizar este engenhoso plano.

Nem sei por onde pego nisto, medíocre é redefinido, o filme em termos de qualidade só diverge do Ocean’s 11 de Sinatra em duas instâncias, primeiro o plano não é tão incrivelmente idiota como o original, diria até que está engraçado de ver, segundo as personagens tem alguma diferença de personalidades entre si, de notar que “alguma” não é suficiente, enfim.

Debbie é a mulher perfeita, e como ela há mais umas 4 ou 5 que só divergem pelo estereótipo onde se inserem. Depois temos as minorias, todas elas “inferiores” ou são “marginais” (Rihanna e Awkwafina) ou são evitadas pela câmara como se de peste se tratassem, o flagrante caso de Mindy Kaling que nunca recebe o foco da câmara quando partilha cenas com qualquer outro elemento do elenco (salvo muito raras exceções).

É patético quando um filme se vende sob a miragem de diversidade e acaba por se mostrar tão mau ou pior que tantos outros no que toca à descriminação e aos sempre presentes “argumentos da treta”, vejo aqui uma tentativa de repetir a proeza de Ghostbusters e por os fãs da trilogia de Clooney uns contra os outros à base de opiniões politico-sociais, o que continua a demonstrar uma “falta de chá” tremenda.

O termo “paint by numbers” alude à simplicidade de pintar um livro de colorir, e convenhamos que fazer este filme também foi simples, arranjou-se uma lista com 10 ou 11 quadradinhos para preencher e no final a produtora tinha mais uns valentes trocos sem esforço nem criatividade ao barulho.

Há cameos desinteressantes e pouco pertinentes à franquia, à falta de interesse/inspiração em toda a equipa, e principalmente, é um filme de assalto que não cativa o público, uma pena por assim dizer.

Há de chegar o Outono e ninguém se vai lembrar deste filme, o que é uma pena porque podia ter sido bom e algumas interações são genuínas, mas tudo o resto ou roça no mau ou chafurda nele. Ocean’s 8 dilui a marca que outrora maravilhou os públicos mais casuais.

Isso e um dos grandes “twists” do filme, vem já estragado pelo título/marketing, espetacular.

Venham o 9 e o 10, e seja o que a produtora quiser.

  • Ocean’s 8 estreia dia 21 de junho de 2018 nos cinemas

4/10

-Henrique V.Correia

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