Cinema: Crítica – O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim
O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim é uma tentativa imperfeita de expandir o que sabemos sobre o universo criado por Tolkien.
Talvez seja a pessoa mais confusa a falar do universo criado por Tolkien. Adorei a adaptação de Peter Jackson da história de Frodo e companhia, mas, ao mesmo tempo sou talvez das pessoas mais críticas em relação a O Hobbit, já que sinto que foram uma perda de tempo. Confesso que ainda não tive oportunidade de ver a série da Prime Video, mas, a verdade é que O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim agradou-me até certa parte.
A história que nos é contada passa-se dois séculos antes de todas as aventuras que ocorreram com o Anel. Aqui temos como protagonista Héra (Gaia Wise), filha de Helm Hammerhand (Brian Cox) que tentam fazer frente ao antagonista Wulf (Luke Pasqualino), enquanto defendem Rohan. Se existe algo de interessante no meio desta história é, principalmente, o facto de descobrirmos a razão pela qual Helm’s Deep (um dos locais mais importantes de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres) tem esse mesmo nome.
No entanto, sinto que é uma história já demasiado contada, a da filha rebelde que no final salva o reino e é muito adorada por todos. Entendo que Héra seja uma protagonista fantástica e uma adição incrível a este universo, mas, ao mesmo tempo, parece-me que já vi muitas Héra’s por aí. Além disso, narrativamente, o filme recorre excessivamente a elementos de As Duas Torres, como batalhas e frases repetidas (“Avante, Eorlingas!”). Embora essas referências tenham como objetivo despertar nostalgia, acabam por destacar a superioridade dos filmes live-action.
Também, falando novamente da narrativa, não me parece que seja algo necessária. A origem do Helm’s Deep não é uma questão que exigia uma exploração detalhada, e o foco em explicar o passado parece mais uma tentativa de agradar aos fãs do que uma expansão necessária do universo de Tolkien.
Por outro lado, em termos de banda sonora, tenho de dar os parabéns a Stephen Gallagher, que combina novos temas com os clássicos de Howard Shore de forma a dar uma maior ligação aos filmes live-action.
No entanto, falando agora da animação em si, bem, temos aqui um problema da parte de Kenji Kamiyama. A Guerra dos Rohirrim tropeça na sua execução, já que embora bela em imagens estáticas, mostra-se limitada durante as cenas de ação. Combates e cenas com cavalos parecem mecânicos, prejudicando a imersão necessária para uma experiência cinematográfica.
Resta concluir que, O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim é uma experiência interessante, que demonstra o potencial da Terra-Média em diferentes formatos. Para fãs dedicados, oferece um regresso nostálgico ao mundo de Tolkien, embora sem o esplendor ou a profundidade das trilogias anteriores. Para o público casual, pode parecer uma história curiosa, mas facilmente esquecível.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.