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Cinema: Crítica – O Convite (2022)

Há um momento do ano em que o verão está prestes a acabar, mas o Halloween ainda não está muito bem assente nas mentes, onde o cinema de terror tende a demonstrar-se um bocadinho ecléctico. O Convite é um filme que, por razões alheias, partilha o mesmo nome com o filme de 2015, realizado por Karyn Kusama, este que posso dizer desde já que é superior e muito diferente da proposta lançada este ano, realizada por Jessica M. Thompson e escrito por Blair Butler (Hell Fest – Parque dos Horrores).

Evie (Nathalie Emmanuel – com um sotaque americano) é uma jovem órfã que um dia faz um teste de DNA caseiro, acabando por descobrir que tem toda uma família britânica nas terras da sua majestade. Encantada pelas pessoas que agora lhe considera próxima, sobretudo o bem parecido Walter DeVille (Thomas Doherty), que tem intenção e fazer dela sua mulher. Acontece que os DeVille escondem um segredo muito obscuro, que irá deixar Evie presa para o resto da sua vida.

Ora, infelizmente é difícil encontrar algo de bom para dizer sobre O Convite, um filme que mostrou algum potencial, pelo menos conceptualmente, mas que na sua execução cai completamente por terra qualquer consideração pelo género, roçando no desrespeito. A primeira parte demonstra-se, no mínimo, básico o suficiente para estabelecer as personagens. É quando as coisas começam a aquecer que o filme decide entrar em piloto automático para o equivalente de uma viagem a despenhar directamente no meio das montanhas.

Acontece que todas a partir desse momento, todas as decisões que Evie toma, resultam exclusivamente da sua vontade carnal de estar com o giraço britânico, deixando-nos com zero pena de tudo de mal que lhe acontece. Ela de facto viu e reconheceu todos os avisos. Ela até estava já a fazer a mala para se ir embora! Mas claro, um DeVille saber desarmar uma mulher só com o seu charme, deixando-a á sua mercê. Nós, se ainda estivermos mentalmente acordados, temos direito a um espectáculo terrível, que fará qualquer espectador ponderar nas decisões de vida que lhe levaram até aquele momento.

Não há forma de recomendar verem O Convite no grande ecrã, nem no pequeno, quando o filme eventualmente chega às plataformas de VOD e nos canais de cabo. É uma experiência genuinamente aborrecida, e muito longo do talento de Thompson na realização, já que a mesma realizou seis dos dez episódios de The End, e o curioso filme The Light of the Moon. Esperemos que este apenas um pequeno percalço na sua carreira e rapidamente esquecido.

Nota Final: 2/10

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