Cinema: Crítica – O Cavalheiro com Arma (2018)
[ad#artigo]
O que fazer no fim de uma carreira de 58 anos? Foi essa pergunta que Robert Redford, agora com 82 anos de idade, se questionou ao protagonizar no seu último filme antes da sua retirada final. Com o máximo criativo David Lowery, numa história verídica baseada dum criminoso simpático, eis que O Cavalheiro com Arma chega aos cinemas.
Redford é Forrest Tucker, um ladrão conhecido por um escape ousado da prisão de San Quentin no verão de 1979, com um pequeno barco construído à base de encerado, conseguindo manter-se em fuga durante vários anos. Forrest, apesar de todos os seus defeitos, tem uma necessidade de assaltar bancos. Mas fá-lo da forma menos violenta possível, que faz com que todas as suas testemunhas digam que até foi bastante cavalheiresco na abordagem.
Naturalmente, a idade vai pesando e a vida de Forrest e dos seus parceiros Teddy (Danny Glover) e Waller (Tom Waits) já não dá para aguentar a pressão das dezenas de assaltos feitos pelos Estados Unidos. Entretanto, Forrest conhece e apaixona-se por Jewel (Sissy Spacek), uma mulher que vive uma vida simples e pacata; enquanto que o mesmo é perseguido pelo detective John Hunt (Casey Affleck), que não descansa até o ter algemado.
[ad#adapt]
David Lowery fez tudo para que este filme fosse especial, não sendo apenas mais um na longa carreira de Redford. Desde da utilização de película Super 16 mm nas rodagens, à produção altamente pensada para a época, O Cavalheiro com Arma parece um filme perdido algures entre os anos ’70 e ’80 e recentemente encontrado numa cave qualquer, vendo apenas agora a luz do dia. Esse esforço inato é altamente recompensado, já que todos os detalhes foram feitos para criar uma impressão duradoira.
A narrativa principal é capaz de homenagear na perfeição todos os filmes clássicos que o actor protagonizou durante a sua carreira, com o sub-enredo tradicional do polícia que quer apanhar o ladrão, nunca esquecendo o criminoso original que inspirou esta obra que nos ganha com a sua personalidade. De facto, Forrest é um homem que, para melhor ou pior, não consegue conter o facto que o que lhe faz realmente feliz é assaltar bancos, e fá-lo com o maior dos sorrisos na sua cara.
Assim, O Cavalheiro com Arma é sem dúvida a melhor forma de Robert Redford se reformar, com um filme que, em pouco mais de hora e meia, é capaz de condensar muitos dos pontos altos do seu talento, sendo ele definitivamente um dos melhores actores de sempre.
Obrigado Robert e até um dia.
Nota Final: 8/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.