Central Comics

Banda Desenhada, Cinema, Animação, TV, Videojogos

Cinema – Crítica: O Amador

O que farias se trabalhasses na CIA, e matassem a tua mulher? Rami Malek protagoniza O Amador, o thriller de espiões que chega ás salas de cinema.

O mundo de espiões conta com um novo filme intrigante, pela mão de James Hawes (Doctor Who, Black Mirror), com O Amador, que leva um analista da CIA numa aventura pela Europa, em busca de justiça; baseada na obra de Robert Littell, publicada originalmente em 1981.

Conhecemos Charlie (Rami Malek), um analista da CIA, especialista em criptografia, que após perder a mulher num ataque terrorista em Londres, decide criar a sua própria justiça ao ir atrás deles, aconteça o que acontecer, revelando uma premissa repleta de conspiração.

O efeito Jason Bourne, ao fim de mais de duas décadas, continua a inspirar variantes pelo cinema, e no caso de O Amador, a aplicação é feita de uma menos óbvia de forma consistente, mas tem os seus momentos de revelação influente pelo cardápio de obras feitas na veia dos espiões.

Ainda que neste caso, a dedicação seja mais do lado intelectual, do que propriamente um aglomerado de cenas de acção intensas, a narrativa dá uma margem suficientemente larga para que o tipo de personagem seja devidamente ajustado e integrado, invés de um agente altamente treinado, em apenas mais uma motivação.

O conjunto de personagens, e o respectivo elenco, ajudam muito em garantir que se mantenha nos carris. Não só Malek, um actor já estabelecido junto ao público, que oferece uma actuação nuanceada; este alia-se a Laurence Fishburne, Jon Bernthal, Holt McCallany, entre muitos outros, para criar um elenco discreto mas suficientemente interessante para esta história intrigante, funcionando muito bem para o efeito.

No meio disto, não há propriamente nada inovador ou sequer emocionante introduzido em O Amador, optando por utilizar muito do material existente e jogar pelo seguro em todas as curvas, não sendo destemido para além de alguns momentos senão estritamente necessários. É um feito que se vê desconstruído ao longo do filme, sentindo-se inicialmente meticuloso nos seus primeiros passos, e apressado à medida que chega ao fim, deixando-nos com a sensação da existência de algo mais e além do que proposto.

Assim, O Amador é um thriller de espiões bastante competente com as suas intenções, adaptando as referências de Guerra Fria da obra de Littell, para o perigoso mundo moderno; pondo em destaque um homem com sede de vingança. Por vezes, esta toma contornos criativos, mas de um modo geral, estamos perante um filme que cumpre com as expectativas de forma razoável, conformando-se em ser um filme sólido, dentro do género.

Nota Final: 6/10



Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Verified by MonsterInsights